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Relatório da Amazon Watch revela como os políticos brasileiros lucram com seus negócios próprios ao aprovarem retrocessos ambientais no Congresso

Por Greenpeace

Um relatório lançado nesta semana pela organização Amazon Watch revela a atuação de alguns dos principais políticos brasileiros por trás da destruição da Floresta Amazônica e expõe as entidades corporativas e financeiras globais que os apoiam.

No documento “Cumplicidade na Destruição: como consumidores e financiadores do (hemisfério) Norte sustentam o ataque à Amazônia brasileira e seus povos” a ONG mostra as cadeias comerciais que beneficiam seis políticos membros da bancada ruralista: Nelson Marquezelli, Alfredo Kaefer, Adilton Sachetti, Jorge Amanajás, Sidney Rosa e Dilceu Sperafico. Todos, com exceção de Sperafico, tentam a reeleição este ano.

Os seis foram escolhidos por seu histórico de corrupção e retrocessos no campo dos direitos trabalhistas, indígenas e ambientais, além de suas ligações com grandes empresas americanas e europeias. São fieis defensores das políticas ruralistas que promovem o desmatamento da Amazônia, reduzem as proteções ambientais e minam os direitos dos povos indígenas do Brasil, beneficiando, ao mesmo tempo, seus próprios negócios.

Adilton Sachetti, deputado e candidato a senador pelo Mato Grosso, por exemplo, se moveu para retirar direitos indígenas de acesso à terra da Constituição, enquanto sua produção de soja e algodão depende de laços estreitos com a família do “rei da soja” Blairo Maggi, que se tornou ministro da Agricultura. Outro exemplo é o paulista produtor de laranjas Nelson Marquezelli que, por sua vez, pressionou para reduzir as proteções florestais e tem sido ligado a práticas de trabalho escravo, enquanto fornece indiretamente a gigantes da indústria de bebidas como a Coca-Cola e a Schweppes.

“Conduzimos este projeto de pesquisa inovador para chamar a atenção para a agenda destrutiva dos ruralistas e fornecer novas e eficazes formas de influenciar seu comportamento imprudente, focando nas relações econômicas globais que os sustentam”, diz Christian Poirier, da Amazon Watch. “Enquanto nossos parceiros brasileiros resistem ao ataque brutal contra a Amazônia e seus povos, liderado pela bancada ruralista, nos solidarizamos oferecendo ferramentas para apoiar seus esforços críticos”, complementa.

“Nós, povos indígenas, sabemos que grandes bancos e empresas de fora do Brasil, incluindo holandeses e chineses, estão apoiando os ruralistas em seus esforços para destruir comunidades indígenas e tradicionais e nossas florestas e rios”, disse Alessandra Korap Munduruku, coordenadora da associação indígena Pariri. “Eles vêem as árvores e a água como dinheiro, mas é nosso lar – não temos outro jeito de viver. Nós, e toda a humanidade, dependemos da Amazônia e temos a responsabilidade de defendê-la.”

“Como o governo brasileiro e os líderes políticos ruralistas promovem os interesses econômicos acima de tudo, os mercados internacionais e os consumidores globais têm um papel fundamental a desempenhar”, declara Tica Minami, coordenadora da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “Cidadãos de todo o mundo podem deixar claro que não aceitam mais consumir produtos contaminados com destruição de florestas e abusos de direitos, comprometendo assim a reputação global dos interesses do agronegócio brasileiro”.

Confira o relatório completo (em inglês): https://goo.gl/ZWcQqe

(Foto: Christian Braga / Greenpeace)

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