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8 DE MARÇO É O DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES!
Declaração da Articulação de Mulheres Brasileiras no 8 de Março de 2017
www.articulacaodemulheres.org.br

Há mais de século organizações de mulheres mobilizam e fazem do dia 8 de março um dia internacional de luta por justiça e igualdade. Este ano o internacionalismo feminista propõe uma pauta unificada em cada lugar onde há mulheres organizadas: nas cidades, campos, litorais e florestas. Uma pauta de luta contra a restauração da direita e do pensamento conservador.

As forças desta reação conservadora são econômicas, fundamentalistas religiosas, patriarcais, racistas e ultraliberais. Elas atuam contra a igualdade e a justiça, contra as forças da liberdade, entre as quais encontram-se os movimentos de mulheres.

Elas colocam em xeque a conquista de nossos direitos, fruto de muitas lutas, por meio do enxugamento dos gastos sociais, da privatização dos serviços públicos e dos bens comuns da natureza e atuam na deslegitimação das lutas por justiça lideradas pelos sujeitos políticos historicamente oprimidos e explorados.

No Brasil, como em outras partes do mundo, os direitos trabalhistas, previdenciários, o direito à saúde, à educação, à moradia, ao meio ambiente sadio vêm sendo desmontados. Todas as formas de opressão e dominação – o machismo, o racismo, a lesbofobia, a xenofobia, a transfobia, a militarização, a exploração capitalista – atuam articuladamente contra nós mulheres e contra o princípio dos direitos humanos.

Nosso país enfrenta as forças do golpe parlamentar-jurídico-midiático, da repressão e criminalização dos movimentos sociais. Confrontamos hoje uma agenda de propostas para a supressão de direitos a partir de um Congresso majoritariamente golpista, lacaio dos interesses do capital e das forças fundamentalistas religiosas.

Lutamos para barrar a Reforma da Previdência, pois o que está em xeque é o princípio da proteção social como direito para a classe trabalhadora e para as mulheres desta classe. A divisão sexual do trabalho nos responsabiliza pelas tarefas domésticas e isso nos gera mais horas de trabalho diário, menos tempo de descanso, menores rendimentos e somos maioria, sobretudo as mulheres negras, no trabalho informal e precarizado. Portanto, somos a parte mais explorada da classe trabalhadora: é sobre a superexploração da nossa força de trabalho, que o capital mais extrai seus lucros. O importante avanço que tiveram as trabalhadoras domésticas nos últimos anos, que representou maior proteção social, está fortemente comprometido com essa reforma. Reside aí o viés racista desta proposta, pois é a população negra feminina que se encontra majoritariamente nos subempregos, com baixos salários e com pouco ou nenhum acesso à previdência.

Lutamos pelo fim do racismo, em todas as suas formas e expressões. Queremos eliminar o racismo institucional praticado pelo Estado e seus agentes públicos, que extermina e encarcera a juventude negra fora e dentro dos presídios – inclusive as mulheres, que nos últimos 15 anos tiveram elevado em 567% o seu encarceramento; que promove e/ou permite o massacre das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas; que cala diante do avanço da violência contra as mulheres negras, sendo estas as maiores vítimas do feminicídio, violência doméstica e violência sexual. O racismo oprime, explora, adoece e mata, além de excluir a população negra e indígena dos espaços de poder e decisões políticas.

Lutamos pelo fim da criminalização das mulheres quando precisam abortar, porque a penalização destas não resolverá a gravidez indesejada – um problema real que por vezes se instala em nossas vidas. Não há responsabilização dos homens; não há acesso fácil aos métodos contraceptivos; há falhas frequentes desses métodos criados pela tecno-ciência patriarcal, e nenhum deles é 100% seguro. O avanço do conservadorismo e do fundamentalismo impõe barreiras ao acesso a informações e educação, deixando as mulheres e também jovens e adolescentes, sem orientação sobre contracepção. Além disso, nós mulheres continuamos sujeitas a todo tipo de violência sexual: estupros, incestos, abusos sexuais, seja fora ou dentro da familia. Sem falar no machismo expresso na resistência de homens que não querem usar a camisinha e/ou tentam manter suas companheiras sob seu controle negando-lhes o direito à autodeterminação reprodutiva.

Lutamos pelo fim de todas as formas de violência: em casa, nas ruas, nas escolas, nos momentos de lazer e nos locais de trabalho. Lutamos contra o ódio às mulheres e às práticas de exploração e expropriação de nossos corpos que nos transforma em objeto e mercadoria. Seguiremos resistindo à prática da violencia machista que tenta disciplinar nossos corpos e desejos e controlar nossas vidas.

Por uma vida plena, liberdade e autonomia para todas as Mulheres!

AMB na resistência!

Contra o golpe e por Democracia!
Pelo fim do estado policial e repressor!
Contra o racismo! Por uma previdência social pública e solidária!
Pela legalização do aborto!
Pelo fim da violência contra as mulheres!

AMB na paralização internacional de mulheres!

Pelo fim das políticas neoliberais e ultra conservadoras!
Contra os fundamentalismos! Contra a Direita! Por mais direitos!

Neste 8 de março vamos Protestar! Denunciar! Vamos Parar!

paradabrasileirademulheres – https://www.facebook.com/events/303136636769973/

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