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A cada duas horas, sete jovens negros são assassinados no Brasil. Na região Nordeste, os jovens negros têm cinco vezes mais chances de serem assassinados do que os jovens brancos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A Bahia é, hoje, o quinto estado com maior taxa de homicídios no país. O quadro de genocídio do povo negro foi denunciado em audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), nesta sexta-feira, 20 de março, em Washington [Estados Unidos].

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Para Hamilton Borges, da Campanha Reaja e do movimento Quilombo Xis, “essa é a segunda fase da luta internacional contra o racismo e o genocídio, iniciada na Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro, em 2014”. Para ele, é evidente o racismo institucional nas ações do Estado da Bahia. O sistema de segurança pública baiano baseia-se na política de genocídio do povo negro. Segundo o 8º Anuário do Fórum de Segurança Pública, é o Estado com maior número de mortos: 5.440. A polícia baiana ainda usa um “Baralho do Crime” para perseguir jovens negros pobres. Este instrumento foi inspirado no baralho de cartas criado pelos EUA durante a Guerra no Iraque, com os rostos de governantes iraquianos.

A atuação da polícia, de grupos de extermínio, a ausência de investigações e de responsabilização pelos homicídios agravam o cenário. Na audiência, foram apresentados diversos casos de violação contra a vida do povo negro do Brasil, como a Chacina do Cabula, promovida por policiais militares, que vitimou, recentemente, 12 jovens, três com menos de 18 anos. Outra arbitrariedade levada à CIDH envolvendo PM’s foi o assassinato de uma ativista do Movimento Sem Teto da Bahia, que denunciou policiais por torturarem seus dois filhos adolescentes. Uma semana após o depoimento, na Corregedoria da PM, a casa da família foi invadida. Ela, um dos seus filhos de 19 anos e seu marido de 28 foram mortos a tiros.

A ação deliberada de grupos de extermínio, muitas vezes, composto por policiais militares, também vitimiza a juventude negra baiana. Em 2013, o menino Jackson Antonio, de apenas 15 anos, foi espancado, recebeu um tiro de espingarda calibre 12, foi decapitado e enterrado num cemitério clandestino. Casos de assassinatos, assim como de desaparecimento forçado e violações no sistema socioeducativo no Brasil inteiro também foram pautados na audiência.

Além da Campanha Reaja e Quilombo Xis, participaram da reunião a organização Justiça Global e a Anced/Seção DCI – Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente.

Fonte: Adital 

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