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GIFE lança publicação sobre os desafios e oportunidades para o investimento social privado independente no Brasil

O material traça o perfil e destaca o importante papel dessas entidades para a sobrevivência e atuação de diversas organizações da sociedade civil
Aos poucos, um novo debate começa a ocupar espaço na agenda do terceiro setor no Brasil: o fortalecimento do investimento social independente (ISI). O conceito se volta para o papel de entidades de natureza não governamental e sem interligação direta com empresas, caracterizadas como fundos independentes, fundações comunitárias, instituições gestoras de fundos e institutos e fundações familiares.

O papel desse grupo de investidores sociais e os desafios e oportunidades percebidos no cenário nacional e global constituem o ponto de partida para mais uma publicação do GIFE, que contou com apoio institucional da Ford Foundation. Batizado de “Investimento Social Independente: para fortalecimento e autonomia das Organizações da Sociedade Civil”, o material já está disponível para download.

Para Ana Toni, sócia-fundadora da consultoria GIP – Gestão de Interesse Público, a publicação apresenta um conjunto de reflexões sobre a relevância das variadas formas de investimento social independente no apoio às organizações da sociedade civil no Brasil.

Ela explica que o argumento central da discussão é o de que os investidores de caráter não governamental e não corporativo são pilares importantes para o fortalecimento do terceiro setor como um todo, além de contribuírem para o aprofundamento da qualidade e efetividade da democracia brasileira.

A publicação mostra o quão relevante e diverso é o campo de atuação do investimento social independente hoje em dia. De acordo com o estudo, o ISI é um subsistema de fundos e instituições fundamental para a sustentabilidade de entidades – que muitas vezes não encontram recursos em outras fontes. São atores dedicados ao apoio institucional, técnico e financeiro de diversas OSCs.

Ana Toni comenta o cenário brasileiro e mostra as tendências de doações em nosso país.“Diferentemente da tradição americana ou europeia, a maior parte dos recursos do investimento social privado brasileiro advém de empresas ou de grandes fortunas que, em geral, optam por não financiar ações de outras organizações da sociedade civil. Nossas fundações e institutos empresariais ou familiares priorizam financiar suas próprias ações sociais. O governo brasileiro, por outro lado, prioriza financiar organizações que estejam afinadas aos seus programas. E os indivíduos, que carecem de incentivos fiscais para fazer doações, quando doam, tendem a fazê-lo para igrejas ou direta e pontualmente a pessoas pobres ou em dificuldade.”

Nesse sentido, o ISI se mostra como alternativa relevante para a mobilização de recursos para organizações sociais. Especialmente àquelas de pequeno e médio porte atuantes em causas que, historicamente, têm dificuldade em conseguir financiamento privado, como as ligadas às questões raciais e de gênero.

Andre Degenszajn, secretário geral do GIFE, observa que realmente a atuação voltada a causas ligadas aos direitos humanos é um ponto em comum entre esses atores. “Há uma predominância, entre os investidores independentes, de apoio a organizações e projetos no campo da defesa de direitos, alguns contribuindo com causas específicas, como mulheres e equidade racial, outros com estratégias mais abrangentes no campo dos direitos humanos e desenvolvimento.”

Para ele, o exercício proposto pela publicação não foi vislumbrar limites para a atuação dessas organizações, mas, sim, tentar entender o perfil e a tipologia desse grupo de investidores – o que pode ajudar a compreensão de seu trabalho e a promoção do segmento no Brasil.

Dessa forma, o levantamento, que contou com apoio de diversos parceiros, acabou se deparando com três características comuns a esse perfil: perfil independente, a doação como estratégia principal de investimento e o foco na defesa de direitos. E, ao longo das mais de 180 páginas da publicação, é possível conhecer experiências e compreender a importância desses investidores para a sustentabilidade de organizações da sociedade civil no Brasil.

Mapa do setor

O material apresenta uma série de artigos produzidos especialmente para esta publicação por nove fundos independentes, fundações comunitárias e instituições gestoras de fundos para projetos. A seleção levou em consideração atores de grande expressão no investimento social independente.

São eles: CESE, BrazilFoundation, Fundo ELAS, Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fundação CASA, Instituto Rio, ICom, Fundação Tide Setúbal e Instituto Arredondar. Cada caso destaca alguma experiência ou desafio vivenciados por essas organizações como captação de recursos, capacitação e assessoria técnica ou relacionamento com entidades de base comunitária.

Para Andre Degenszajn, os casos selecionados mostram a riqueza do trabalho e a diversidade de desafios enfrentados por investidores independentes. Para ele, apesar das adversidades marcadas pelo contexto político, social e econômico, o setor mostra sua força, especialmente por meio do que ele possui de mais rico: sua visão e conexão com a sociedade e sua capacidade de inventar e reinventar a sua própria atuação.

Lançamento

Para entrar no assunto, além de baixar a publicação na íntegra, confira o vídeo sobre o tema com uma breve entrevista com Ana Toni, sócia-fundadora da consultoria GIP – Gestão de Interesse Público.

Fonte: GIFE
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