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Mais de 30 bloqueios em diversos estados cobram o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, além de mudanças na forma como as cidades são pensada no país

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e diversos movimentos de moradia fazem, nesta quarta-feira (18), uma Jornada Nacional pela Reforma Urbana. Durante todo o dia, serão realizados mais de 30 bloqueios de rodovias, avenidas e estradas.

Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Paraíba, Ceará e Minas Gerais as ações já ocorrem. A principal reivindicação dos movimentos é o desbloqueio da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida.

Na avaliação das organizações, o programa federal deve priorizar a gestão direta pelos movimentos, em detrimento das empreiteiras, e ao menos 70% das moradias devem ser destinadas para famílias com renda inferior a três salários-mínimos, mantendo o subsídio.

A reivindicação foi uma promessa de campanha do governo Dilma aos movimentos, mas que está travada por conta das medidas de ajuste fiscal que o governo pretende tomar.

Natalia Szermeta, da coordenação estadual do MTST, acredita que o governo fez promessas na campanha eleitoral de melhorias e defesas dos direitos dos trabalhadores, mas não foi esse o programa que assumiu. “Pelo contrário, assumiu o programa do candidato que foi derrotado, tomando medidas de ajuste fiscal antipopulares. Não aceitaremos a perda de direitos já conquistados. Há uma crise econômica, mas existem medidas que podem ser tomadas que não ataquem a classe trabalhadora, como a taxação de grandes fortunas, a auditoria da dívida pública, a distribuição das terras. Essas medidas podem diminuir inclusive a desigualdade social brasileira”.

Os movimentos avaliam que o Minha Casa, Minha Vida, foi incapaz de reduzir o déficit habitacional no país, pois, ao mesmo tempo que construiu moradias, alimentou a concentração fundiária e a especulação imobiliária. Segundo as organizações, cerca de 70% dos contratos do programa estão concentrados nas dez maiores construtoras do país.

Para resolver o problema da moradia e a crise urbana, é preciso mudar a lógica das cidades. Para Natalia, isso passa por políticas profundas que “controlem a especulação imobiliária, o valor dos aluguéis, realizem desapropriações de terras, além do fim da violência policial e uma política de mobilidade urbana, que englobe a tarifa zero nas cidades”.

União da esquerda

Os movimentos de moradia enxergam a situação atual do país e o avanço de setores conservadores como a consequência de uma democracia falha.

“O que vimos no dia 15 de março não foram pessoas nas ruas por um país mais justo, para combater a desigualdade. Quem foi às ruas tinha ódio, não só do governo, mas dos trabalhadores, dos movimentos sociais, dos negros e dos nordestinos. Esse ódio não é saudável para nossa democracia, mas ele mostra que precisamos urgentemente de reformas que transformem o país, na educação, na saúde, na mídia – é inadmissível que a comunicação de massa continue nas mãos de uma elite conservadora, que está contra a democracia – e no congresso”, diz Natalia.

Para a coordenadora do MTST, é o momento das organizações de esquerda e movimentos sociais se unirem contra esse avanço conservador e contra a retirada de direitos na pauta do governo.

“Temos que ir às ruas, como sempre fizemos, e enfrentar quem sempre enfrentamos, quem sempre nos xingou, chamou de vagabundos. A diferença é que esses setores e pessoas agora se sentem encorajadas a ir para as ruas, porque o governo está frágil”, declarou.

Os movimentos de moradia também acreditam que é fundamental estar próximo da realidade dos trabalhadores e das periferias. “Precisamos fazer o trabalho de base nas comunidades. Os trabalhadores da periferia sabem que não é com intervenção militar ou com impeachment que o país vai melhorar. É com reformas profundas e um governo responsável que vamos sair dessa crise”, afirma Natalia.

Fonte: Brasil de Fato

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