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Manifestantes pela democracia avisam: resultado negativo não encerra batalha contra o golpe

Sao Paulo – Um misto de frustração e vontade de seguir na luta tomou o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, após a votação favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff atingir 342 votos, tornando a denúncia aceita. “É um dia muito triste, mas não vou desistir. A luta vai continuar. É uma perda de batalha, não é da guerra”, afirmou a professora Rosemeire Morgado.

Moradora do bairro do Limão, zona norte da capital paulista, a senhora veio sozinha. Não se intimidou quando anunciaram que havia provocadores no local. Nem quando houve corre-corre por conta de a Polícia Militar deter dois jovens acusados de pixar “Não vai ter golpe”, sob o Viaduto do Chá. “Eu vivi a ditadura, perdi amigos que foram torturados e mortos. Não vou temer agora. Esse golpe é ilegítimo e vou ficar na rua sempre”, afirmou.

As pessoas que estavam no vale transpareciam o mesmo sentimento. Assim como a indignação pelos votos a favor do impeachment com discursos em nome de Deus, da família e contra a corrupção. “Canalhas, bandidos, fascistas”, eram alguns dos xingamentos mais comuns.

Gilvana Cruz, dirigente do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo, erguia o punho a todo voto contra o impeachment. E se revoltou com falas de deputados que diziam estar “acabando com a corrupção”. “São um bando de safados, hipócritas”, disse ela, que deu as costas aos discursos de Beto Mansur (PR-SP) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Durante a votação, retorcia os dedos, esbravejava e xingava os deputados que votavam a favor do impeachment. Quando Beto Mansur (PR-SP) disse que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) vai recuperar o Brasil ela riu muito. “Como se eles não tivessem nunca Estado no poder. No tempo deles, o povo comia as sobras. Eles não aceitam que melhoramos de vida”, afirmou.

Movimentos

Apesar da contrariedade, os movimentos que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo já anunciaram que “não vão se render” e esta foi apenas uma das batalhas da guerra contra o golpe.

“Nada está perdido. A partir de amanhã tomaremos as ruas com duas mensagens. Uma contra esse bandido Eduardo Cunha, que acha que tem legitimidade para conduzir impeachment e sair impune de seus crimes. Outra para o Michel Temer. O povo não te quer seu traidor”, afirmou o coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Josué Rocha.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ressaltou que hoje havia milhares nas ruas em todo o país contra o impeachment. “Hoje os traidores, conspiradores, corruptos ganhar uma batalha. Mas não vão derrotar o povo”, afirmou.

O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, lembrou que os trabalhadores não vão reconhecer um possível governo Temer. E já preparam a reação. “No dia primeiro de maio vamos realizar uma grande mobilização e parar o Brasil com greves em todos os setores”, afirmou.

O militante do Movimento Negro Douglas Belchior ressaltou que os movimentos sociais não vão engolir o governo autoritário de Cunha e Temer. “É preciso lembrar. A história nos ensina que não se pode confiar no inimigo nem por um minuto. Não basta governar, tem de estar com o apoio do povo”, disse.

Fonte: Rede Brasil Atual

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