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Encontro de comunicadores/as realizado em São Paulo entre os dias 25 e 29 de setembro deu o pontapé inicial na estruturação da Rede e promoveu espaço de formação e troca de experiências

Por Felipe Sakamoto, do Observatório

Nos dias 25 a 29 de setembro, em São Paulo, aconteceu o Encontro de Comunicadores/as da Sociedade Civil pela Defesa de Direitos. O objetivo da atividade foi fomentar a articulação do núcleo facilitador de uma rede de comunicadores/as de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) para a defesa de direitos, cujo objetivo essencial é pautar, organizar e disseminar para um público amplo a produção de conteúdos sobre direitos, além de construir e trocar experiências e estratégias inovadoras e eficazes de mobilização social, promover a formação de comunicadores/as sociais, bem como compartilhar ferramentas e boas práticas neste campo político.

Com isso, a articulação pretende divulgar e potencializar a resistência e oposição aos retrocessos no campo dos direitos, contra a criminalização das OSCs e movimentos sociais, em contraposição a um sistema midiático altamente concentrado e conservador. Para Adriana Ramos, membro da Direção Executiva da Abong, “o estímulo a uma rede de comunicadores é uma forma de superar a limitação de trabalho de cada um e trocar experiências fazendo com que a comunicação de cada uma das organizações tenha um alcance maior. Quanto mais conseguirmos trabalhar em rede, mais longe vamos levar nossas mensagens”, defendeu.

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Apesar do histórico das organizações da sociedade civis brasileiras em relação ao trabalho que desenvolvem de incidência política, mobilização e controle social das ações dos governos, é uma demanda bem conhecida entre as organizações deste campo a necessidade de ampliar sua capacidade de comunicar amplamente suas atividades e conquistas, as dificuldades que enfrentam e as causas que defendem. Este desafio é reforçado por um sistema midiático altamente concentrado e conservador, que não dá visibilidade às ações e debates do campo e promove uma cobertura tendenciosa, que reflete negativamente sobre a percepção da sociedade e da opinião pública acerca de sua importância para a democracia. De acordo com Elisa Gargiulo, coordenadora de comunicação da Católicas pelo Direito de Decidir – organização de São Paulo –, a mídia tradicional tira a legitimidade das organizações de representarem as pautas de determinados grupos. “O efeito disso é a disseminação da ideia de que a população não deve se engajar ou se articular com as proposições ou projetos das organizações, demonizando o ato de se juntar para fazer política”, ressaltou.

Este grupo de comunicadores/as também entende que as pautas e causas das OSCs só terão ampla visibilidade quando o direito à comunicação for garantido e os meios de comunicação no Brasil forem democratizados. Neste sentido, no entendimento da articulação, este campo tem como missão também fortalecer a comunicação alternativa, independente, livre e pública. A plataforma se compromete a fomentar o trabalho para ampliação do debate sobre a importância do direito à comunicação e da democratização dos meios no Brasil.

A inserção das organizações no ambiente digital para conseguir alertar a população sobre violações de direitos, além de mostrar seu trabalho e atividades, também foi pautada no encontro. De acordo com os/as comunicadores/as, um dos principais desafios das OSCs neste ambiente é a adaptação da linguagem para o público e a criminalização de suas lutas pelos meios de comunicação. Para Nilton Lopes, coordenador de comunicação da CIPÓ – Comunicação Interativa – organização da Bahia –, os principais erros das organizações nas redes sociais, por exemplo, são a baixa produção de conteúdo e a não leitura de público para usar uma linguagem mais adequada. “É preciso deixar um pouco os maniqueísmos de lado, nem tudo que é humor é preconceituoso. Nem todo texto curto na rede social é superficial. Temos que saber transitar em relação a isso, mas claro, sem perder o aprofundamento e a capacidade de usar os termos essenciais”, defendeu.

O evento, bem como a estruturação da Rede, faz parte do projeto Sociedade Civil Construindo a Resistência Democrática, uma parceria da Abong com suas associadas Camp, Cese e Cfemea, e financiado pela União Europeia. Faz parte da ação ainda a realização de cursos presenciais e à distância, além de ações de incidência política.

Um dos desdobramentos do encontro será a realização pelos/as comunicadores/as deste grupo de atividades locais em seus respectivos Estados. A iniciativa visa à formação e extensão desta articulação, além da mobilização de participantes para as turmas do curso EaD Comunicação Estratégica e Incidência Política. “O principal encaminhamento foi a consolidação da Rede de Comunicadoras e Comunicadores como estratégia de enfrentamento ao golpe e ao cenário de retrocessos em direitos. Essa consolidação será seguida de novas formações e encontros que terão como objetivo a ampliação e o fortalecimento da Rede”, explicou Masra de Abreu, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea).

Nilton e Elisa, que participaram do evento, avaliaram positivamente a troca de experiências entre comunicadores/as e a importância de se unir no atual momento político. “Precisamos ter uma voz única, mesmo com a diversidade das organizações. Acho que isso potencializa a nossa força de ação”, salientou Nilton.

 

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