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Cerca de 35 pessoas, representantes de diversos institutos, fundações e empresas associados ao GIFE, se reuniram no dia 12 de maio, em São Paulo, para a primeira reunião do ano da Rede Temática Leitura e Escrita de Qualidade para Todos. O grupo é atuante desde 2012 e, atualmente, conta com algumas instituições coordenadoras, como o Instituto Ecofuturo, Editora FTD, Instituto C&A, Instituto Paulo Montenegro e Fundação Nacionald do Livro Infantil e Juvenil.

Christine Fontelles, do Instituto Ecofuturo, abriu o encontro apresentando o histórico da Rede, que foi formada a partir de atividades realizadas em conjunto pelos institutos sobre a temática em 2012, como o painel “Fronteiras do Investimento Social no Incentivo à Leitura”, parte das atividades paralelas do 7º. Congresso GIFE, e a palestra: “Como as políticas de ampliação do acesso à leitura implementadas pelos setores público e privado podem se articular de forma coerente e integrada”, em outubro do mesmo ano.

A partir daí, uma série de atividades reuniu os investidores interessados no tema, com destaque para, em 2013, a apresentação do Plano Nacional do Livro e Leitura, com o Secretário-Executivo do PNLL na época, José Castilho, sobre possibilidades para atuação da iniciativa privada no apoio à transformação do Plano em lei, acompanhando sua tramitação no Congresso Nacional e cobrando sua aprovação. Já em 2014, os resultados dos trabalhos da Rede Temática rendeu a mesa Leitura, letramento e desenvolvimento humano no Congresso GIFE.

Para 2015, o grupo pretende estabelecer um entendimento comum sobre o tema e traçar ações conjuntas para melhorar os indicadores de leitura no país. “A possibilidade de trazer várias organizações que atuam nessa área e que têm uma preocupação comum, traz uma força tanto para mostrar a importaância de se melhorar a qualidade da educação no Brasil, quanto para fortalecer iniciativas, a partir da construção de propostas conjuntas. Juntar diferentes ideias e ações em torno de uma mesma causa pode ser muito produtivo para que o governo ouça as demandas e transforme em políticas públicas”, destaca Zoara Failla, gerente executiva de projetos do Instituto Pró Livro.

Para trazer subsídio ao debate, na ocasião, Ana Lucia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, organização responsável pela criação e implementação do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), apresentou os dados da última edição, 2011-2012, que foi realizada com pessoas de 15 a 64 anos e 2000 entrevistados.

Os dados demonstram algumas evoluções, como o percentual da população alfabetizada funcionalmente, que foi de 61% em 2001 para 73% em 2011. No entanto, mostra também que apenas um em cada 4 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática. Em 2011, existiam 6% de analfabetos no Brasil e 21% de analfabetos funcionais, entre 15 a 64 anos, e  47% dos brasileiros tinham apenas o ensino básico.

Assim como os dados do INAF, durante o encontro da Rede Temática, Zoara apresentou ainda a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, de 2012, que busca, em âmbito nacional, avaliar o comportamento leitor do brasileiro. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Pró-Livro e aplicada pelo IBOPE, sendo esta a terceira edição (2001, 2007 e 2012).

A pesquisa reforça a ideia já constituída de que o brasileiro lê pouco. A pesquisa ainda aponta que os brasileiros lêem, em média, quatro livros por ano, sendo que os estudantes lêem 1,2 livro anualmente por iniciativa própria. Outros dado relevante é que o problema da falta de leitura não é o preço do livro: 48% das pessoas entrevistadas disseram que não leem porque sentem algum tipo de dificuldade (é cansativo, não entende o que lê, lê muito devagar, não tem paciência ou concentração etc).

“É por todo esse cenário que é importante termos campanhas de políticas públicas que incentivem a leitura. Ninguém nasce leitor, é preciso estimular a literatura na vida das pessoas”, afirma Christine Fontelles. “Temos muito o que fazer. Primeiro precisamos trabalhar em uma melhor alfabetização, incentivando a leitura já na primeira infância. Também precisamos apoiar os professores”, diz Izabel Toro, da Editora FTD.

Após a apresentação dos dados, os participantes foram convidados a trazer sugestões para a próxima edição da pesquisa, que será lançada em 2016. A ideia foi promover uma escuta ativa para aprimorar o estudo, verificando quais são as informações que as organizações precisam, as expectativas quanto à pesquisa, a fim de que ajustes possam ser feitos.

No encontro, várias contribuições foram feitas, no sentido de aprofundar alguns itens. “A pesquisa, até então, era mais estatística para avaliar o comportamento do leitor. Há uma expectativa de focar também na leitura nos diversos espaços, como a escola, ver o que está acontecendo dentro da bibliotca, na relação com os professores etc. Estes são dados mais qualitativos que vão poder subsidiar as ações”, comenta Zoara, lembrando que a pesquisa é muito utilizada, inclusive como subsídio para formulação de políticas públicas e iniciativas de investimento social.

A partir deste primeiro encontro, a expectativa, segundo Christine Fontelles, do Instituto Ecofuturo, é que o grupo consiga dar mais um passo na construção de um pensamento convergente de que leitura estão falando e, portanto, quais recursos são necessários para fazer e atuar de forma cooperada entre as organizações e as políticas públicas.

“As pessoas se envolveram bastante no encontro. O que eu venho sentindo é que há um forte interesse em aprofundar o conhecimento sobre o tema. Espero que, agora, a gente possa atuar de maneira conjunta para acabar com esse déficit no país”, enfatiza Christine.

Fonte: GIFE

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