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Secretário de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Rogério Sottili, ressalta que o plebiscito ocorre em momento importante como resposta ao anseio popular

Começou na manhã de ontem (1º) a votação, em todo o Brasil, do plebiscito popular por uma constituinte exclusiva. A votação mobiliza 400 organizações da sociedade civil e vai até domingo (7). O objetivo é atingir no mínimo 10 milhões de participantes. Os eleitores começaram a responder, em um dos milhares de postos de votação espalhados pelo país à pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político”?

Para o secretário de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura de São Paulo, Rogério Sotilli, o plebiscito popular “acontece num momento importante, como resposta aos movimentos sociais que pedem a reforma política e a sintonia, do ponto de vista institucional, com as ruas”. “É fundamental como instrumento de repactuação entre os movimentos sociais e de rua e as instituições”, diz Sotilli.

A técnica de transporte público aposentada Ivani Tavares da Silva, que votou pelo “sim” num posto na Praça Ramos, centro de São Paulo, explica que participa da consulta popular por achar “importante” a participação do povo na política. “Não adianta só ficar se dizendo contra a política e também não adianta só ir à rua (para protestar), porque tem vandalismo junto. É importante a participação das pessoas, elas se posicionarem”, afirma.

“Eu tenho apenas 20 anos e estou votando porque já penso no futuro do meu filho. Eu não tenho filho, mas no futuro, se tiver, já penso nele, pra não ter essa política que a gente tem, que é defasada e são sempre os mesmos políticos, que fazem as mesmas coisas e nunca muda”, esclarece o jovem Vinícius Ferreira. “Se você achar mudanças, é uma aqui, outra ali, mas mudança geral não tem.”

Para a entrevistadora Maria Rosiele, a união dos cidadãos pode levar a transformações reais. “A partir do momento em que a gente concorda em mudar, todo mundo junto, a gente consegue fazer alguma coisa. Uma andorinha só, ela tenta fazer verão, mas não consegue. Mas se a população se une, pra tentar mudar o que a gente acha que está errado, a gente luta e consegue”, diz.  Para ela, o que está mais errado é que o político “só pensa no bolso dele”. “Os políticos têm que pensar na população, que investe seu dinheiro nos impostos.”

A proposta do plebiscito foi, inicialmente, da presidenta Dilma Rousseff, em junho do ano passado, como resposta às manifestações de rua, mas não prosperou no Congresso Nacional, que tem a prerrogativa constitucional de convocar a consulta popular. A falta de representatividade do Congresso é o principal motivo evocado pelos movimentos sociais que promovem a consulta.

O financiamento privado das campanhas políticas é apontado por especialistas e pelos ativistas que participam da organização do plebiscito como um dos pontos a ser mudados no sistema eleitoral do país. A participação de empresas no financiamento de candidatos e partidos se reflete tanto no alto custo das campanhas como na representação distorcida da sociedade no parlamento.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010 um deputado federal gastava na campanha, em média, R$ 1,1 milhão. Em 2014, a estimativa já é de R$ 3,6 milhões. Para uma vaga no Senado, o gasto subiu de R$ 4,5 milhões para R$ 5,6 milhões. Os gastos totais das eleições de 2010 para presidente da República, governadores, deputados e senadores chegaram a astronômicos R$ 4,9 bilhões.

No Congresso, dos 513 deputados e 81 senadores da atual legislatura, 273 representam o empresariado (46%) e 160 (26%) são representantes do agronegócio, o que resulta 72% dos parlamentares nas duas casas.

A sub-representação dos jovens, que formou a esmagadora maioria nos protestos de rua em 2013, é notória. Na Câmara, apenas 7% dos deputados têm até 34 anos, enquanto na sociedade o percentual de eleitores nessa faixa etária é de 39,45%, segundo o TSE.

Fonte: Rede Brasil Atual

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