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Presidenta da central no estado diz que a empresa segue agindo livremente e cobra responsabilidades. Movimentos organizam agenda com ações para evitar que desastre caia no esquecimento

ARQUIVO/EBC

mariana

‘Há violação permanente do direito das pessoas atingidas. Mudou a rotina das cidades e a condição das áreas rurais’

São Paulo – A presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, vem acompanhando as consequências do vazamento de lama da Barragem da Samarco, em Mariana, desde o seu início, em ação conjunta de sindicatos e movimentos sociais, em busca de punição aos responsáveis pelo desastre. Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (10), ela conta que a empresa vem tentando manter o controle total, de maneira arbitrária e pouco transparente, das ações de reparação, que têm sido insuficientes.

“É a Samarco que vai determinando quem são os atingidos, em que grau essas pessoas foram atingidas e o que ela fará de reparação de danos”, denuncia Beatriz, em entrevista a Lourdes Rodrigues. Como exemplo, cita o caso de uma mulher de mais de 70 anos, que teve de comprovar por laudo médico incapacidade de torcer com as próprias mãos as roupas lavadas para que a companhia garantisse a reposição de sua máquina de lavar, perdida na tragédia.

Beatriz afirma que nos municípios e distritos atingidos diretamente pela lama, os estragos são visíveis, mas todas as comunidades que vivem da pesca, na bacia do Rio Doce, estão sofrendo as consequências.Estimativas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) indicam que pelo menos 1 milhão de pessoas foram atingidas de alguma forma e não têm recebido a reparação adequada.

“Tenho, permanentemente, ido aos locais atingidos pela lama e a situação é dramática. Os direitos são negados. As pessoas que se auto-organizam são discriminadas. Há uma violação permanente do direito das pessoas atingidas. Mudou a rotina das cidades, mudou a condição das áreas rurais. A ausência de visibilidade garante que a empresa siga atuando livremente”, denuncia a presidenta da CUT-MG.

Ela afirma que o Ministério Público estadual tem tido importante atuação, mas que órgãos dos governos estadual e federa deveriam estar mais ativos no atendimento e na proteção às pessoas, mas não têm feito o trabalho como deveriam.

Um ato nacional das centrais sindicais foi marcado para 28 de abril, em Mariana, para denunciar a precariedade nas relações de trabalho na mineradora. Na sequência, entre 29 de abril e 1º maio, os movimentos sociais farão um tribunal popular para discutir os crimes da mineração. “Vir ao local é importante porque é sujando o pé de lama que a gente entende o que foi esse crime e a sua dimensão. Nós precisamos cobrar a responsabilização de empresas que vêm para o Brasil, lucram bilhões de reais com os nossos recursos naturais e não se importam com a vida”, diz a presidenta da CUT-MG.

Fonte: Rede Brasil Atual 

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