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Um médico confundido com bandido. Uma faxineira tratada como escrava. Um garoto assassinado pela polícia. Uma funcionária trans que nunca é promovida. O que estas pessoas têm em comum? A COR DA PELE.

 

Geledés, uma associada Abong, nos fala sobre o documentário “Dentro da Minha Pele”

 

Divulgação

Documentário humano, narrativo e poético com várias camadas que desvelam o racismo estrutural que está impregnado nas relações familiares, nos ambientes de trabalho e faz parte da subjetividade das pessoas negras e brancas. Herança da escravidão permanece presente até os dias de hoje. O Brasil foi o último país do mundo a abolir o trabalho escravo.

A espinha dorsal do documentário são as histórias de 9 pessoas comuns, com diferentes tons de pele negra, que apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo e compartilham situações de racismo, dos velados aos mais explícitos. Temos o médico Estefânio Neto, a modelo-performer Rosa Rosa, os estudantes universitários Wellison Freire e Jennifer Andrade da Faculdade Getúlio Vargas, a mais importante escola de administração da América Latina, a funcionária pública e ativista trans Neon Cunha, a trabalhadora doméstica Neide de Sousa, a corretora de imóveis Marcia Gazza que perdeu o filho assassinado pela Polícia Militar, e o casal que espera um bebê, a professora do ensino publico Daniela dos Santos com o garçom Cleber dos Santos.

Usando da linguagem do documentário de observação acompanhamos os personagens nos seus espaços habituais, ambientes de dores e superações. Sob luz natural, os depoimentos intimistas nos colocam em contato com fortes experiências de racismo vividos na própria pele, trajetórias de resistências e reinvenções.

Toni Venturi, diretor branco, formado em cinema no Canadá, é neto de imigrantes italianos que aportaram no Brasil no início do século XX, momento que o governo oferecia facilidades aos europeus em detrimento a população negra. A ordem era embranquecer o país. Na ponderação metalinguística do filme, o diretor se expõe criticamente na narração em primeira pessoa ao falar sobre sua ascendência italiana e a conscientização de seus privilégios. Val Gomes, socióloga de descendência indígena e negra, faz sua estreia no documentário assinando a codireção do projeto. A construção dialética das diferentes camadas narrativas do filme é resultado da parceria dos dois criadores.

Sem roubar o protagonismo das histórias pessoais, 6 pensadores negros fazem reflexões sobre o racismo no Brasil. Num estúdio de fundo preto e sóbrio, sob luz contrastada, acompanhamos os pensamentos de Cida Bento (psicóloga), Cidinha da Silva (escritora), Joice Berth (arquiteta), José Fernando de Azevedo (dramaturgo e pesquisador), Salloma Salomão (historiador e músico) e Sueli Carneiro (filósofa). Inserções pontuais de 3 cientistas sociais brancos antirracistas completam as entrevistas, Jessé Souza (sociólogo), Lia Vainer Schucman (psicóloga) e Adilson Paes (Tenentecoronel da Polícia Militar).

Música negra contemporânea e slam de jovens periféricos estabelecem os respiros poéticos entrelaçando as histórias pessoais com as reflexões filosóficas. Num ateliê de arte e pintura, as cantoras Bia Ferreira e Doralyce interpretam a canção Cota não é Esmola, Chico César apresenta uma nova versão de Respeitem meus cabelos, Brancos, Luedji Luna aparece em Iodo, Thaíde com o rap Algo Vai Mudar, Valéria Houston traz o samba Controversa e Anicidi Toledo com o Batuque de Umbigada dançam a umbigada Luís Gama. Numa favela do Capão Redondo (SP), os jovens slamers Bione e Barth Viera comparecem com a poesia de denúncia, afirmativa, produzida na periferia da cidade.

A complexidade da megalópole São Paulo desponta na visão monumental das tomadas aéreas que se contrapõem às imagens dos super close-ups em slow motion dos detalhes das peles, olhos, bocas e mãos dos personagens negros e brancos. A visão dos drones dos espaços de exclusão da cidade, segregada em classes sociais, contrasta com a visão intimista dos poros e texturas das peles.

A equipe de criação, produção e técnica do documentário Dentro da Minha Pele foi constituída inteiramente por profissionais negros. Para a realização dos seus filmes e séries, a produtora Olhar Imaginário tem investido na composição de equipes com diversidade de raça e gênero. Entende que as práticas antirracistas promovem a pluralidade de olhares que enriquecem a obra em produção.

 

Título
DENTRO DA MINHA PELE

Intelectuais: Cida Bento (psicóloga), Cidinha da Silva (escritora), Joice Berth (arquiteta), Jessé Souza (sociólogo), José Fernando de Azevedo (diretor teatral), Lia Schucman (psicóloga), Salloma Salomão (historiador e músico), Sueli Carneiro (filósofa);

Artistas: Anicide Toledo e Batuque Guaia de Capivari, Bia Ferreira e Doralyce, Chico César, Luedji Luna, Thaíde, Valéria Barcellos; Slamers: Barth Vieira, Bione

Direção: Toni Venturi

Codiretora e Pesquisa: Val Gomes

Roteiro: Toni Venturi, Val Gomes, Marcus Aurelius Pimenta

Produção Executiva: Tiago Berti

Fotografia: Daniel Fagundes

Segunda Câmera: Aline Juliet

Montagem: Marcola Marinho, Paulo Alberto

Direção de Produção: Camila Abade

Assistente de Produção: Juh Balhego

Assistente de Direção: Monique Rocco

Som Direto: Evelyn Santos

Trilha Sonora: Alysson Bruno

Produção Musical: Felipe Julian

Edição de Som e Mixagem: Pedro Noisyman

Arte e Grafismo: Bruno Bayeux

Administração: Audrey Markutis

Produção: OLHAR IMAGINÁRIO

Gênero: Documentário social

Mês/Ano: Agosto 2020

Duração: 86′

Distribuição: O2 PLAY

País: Brasil

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