Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

VIA: susconecta

“Não podemos ficar parados, por isso seguimos em marcha, exigindo do governo e fazendo nossa parte para destruir o seu projeto de morte”, diz presidente do CNS

Nas cinco regiões do país, instituições de referência para as políticas públicas e os direitos humanos se uniram em uma grande marcha virtual nesta terça (09/06). A #MarchaPelaVida reuniu mais de 500 entidades, além de movimentos sociais, artistas, ativistas e intelectuais com objetivo de cobrar respostas do poder público e sensibilizar a população diante do caos na Saúde pública e nas políticas sociais.

Representantes das instituições que compõem a #FrentePelaVida durante #MarchaPelaVida
Representantes das instituições que compõem a #FrentePelaVida durante #MarchaPelaVida

Número de óbitos omitidos, flexibilização de medidas de isolamento indo contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), trocas consecutivas de ministros da Saúde em meio ao cenário emergencial, estímulo a manifestações que apoiam a ditadura militar, desrespeito aos profissionais de imprensa e ao serviço público, negação da ciência e das evidências técnicas, indicação da Hidroxicloroquina/Cloroquina sem estudo concluído que comprove eficácia diante da Covid-19. Essas são apenas algumas das práticas atuais de descaso do Estado que levam à manifestação virtual organizada pela #FrentePelaVida.

São mais de 37 mil mortes registradas desde o início da epidemia no Brasil, onde grande parte delas seria evitável se o Sistema Único de Saúde (SUS) não estivesse subfinanciado e as medidas de enfrentamento estivessem sendo aplicadas conforme as evidências técnicas e científicas. Para Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), “não podemos ficar parados, por isso seguimos em marcha, exigindo do governo e fazendo nossa parte para destruir o seu projeto de morte. As vidas não são apenas números, elas valem mais”.

 

Presidente do CNS, Fernando Pigatto, durante #MarchaPelaVida

Gulnar Azevedo, presidenta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), afirmou que “lutar pela vida significa seguir a Ciência e fortalecer o SUS, garantindo equidade e acesso universal. Tudo pode ser recuperado, inclusive a economia, a unica coisa que não tem volta quando perdemos é a vida”. Dom Walmor de Oliveira, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em vídeo, disse que “marchar pela vida é o convite que deve ecoar no coração de nós todos, enfrentando a cultura de morte”.

Populações vulnerabilizadas sofrem mais

As vidas da população negra e de outros segmentos vulnerabilizados não podem ser esquecidas, pois são os que mais sofrem em contexto de crise, afirmou Lúcia Souto, presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). “A vida e a democracia estão sendo afrontadas. A desigualdade do Brasil é imoral, baseada numa matriz da escravidão. É inadmissível. Precisamos distribuir a riqueza produzida por todos os brasileiros. É inaceitável o racismo estrutural que permeia a sociedade brasileira”. Dirceu Greco, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), complementou. “Essa disparidade foi ainda mais escancarada pela pandemia”.

Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional no Brasil, lembrou que “as pessoas em favelas, em situação de rua, pessoas em privação de liberdade, mulheres, povos indígenas, comunidades quilombolas, povos e comunidades tradicionais, trabalhadores informais, LGBTQI+”, dentre outros segmentos vêm sendo gravemente afetados nesse momento.

Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional no Brasil durante #MarchaPelaVida

José Carlos Dias, presidente da Comissão Zilda Arns, afirmou que “o momento exige a superação das diferenças e união de todos os democratas pela restauração da paz e da economia”. Para ele, “não devemos nos intimidar, nem perder a esperança”. Socorro Gross Galiano, representante da Organização Pan-Americana no Brasil (Opas), defendeu o controle social. “O direito à participação social é pilarfundamental da construção coletiva das políticas de Saúde”.

Socorro Gross Galiano, representante da Opas no Brasil durante #MarchaPelaVida

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que “a batalha que estamos travando não é a marcha dos soldados, é a marcha da cidadania contra o abandono da Ciência e o discurso preconceituoso, isolacionista e terraplanista que vem ganhando assustadora força no nosso país”.

SUS contra a necropolítica

O médico Drauzio Varella, em depoimento gravado, afirmou que a Covid-19 no Brasil poderia ser ainda pior se não fosse o SUS. “Sem o SUS viveríamos uma barbárie. É o maior sistema de Saúde do mundo. É o grande programa de distribuição de renda. É o que permite defender a vida dos brasileiros agora. O SUS não é perfeito, tem problemas de gestão, de financiamento, de troca de ministro de Saúde como se troca de camisa, mas o SUS melhorou desde o início da epidemia até agora. Que fique essa lição para quando a epidemia terminar. O SUS ainda é vilipendiado pelos brasileiros e é injusto”.

A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF), Débora Duprat, também em depoimento gravado, trouxe à tona o conceito de “necropolítica”, referenciando o teórico Achille Mbembe. “Estão apostando numa política de eliminação de vidas, numa escala ascendente de pobreza e miséria extrema, voltando o país para o Mapa da Fome. A pandemia torna mais evidente essa política, num estado precarizado em investimento em Saúde”, criticou.

 

Médico Drauzio Varella durante #MarchaPelaVida

 

Tuitaço é o quinto assunto mais comentado no Brasil

Um tuitaço foi realizado para reforçar a Marcha Virtual pela Vida com as hashtags: #MarchapelaVida e #FrentepelaVida. O assunto foi o quinto mais comentado no dia de hoje, no país, na rede social. O objetivo da mobilização no Twitter foi chamar a atenção para o fortalecimento dos valores fundamentais para que a sociedade brasileira tenha condições de enfrentar a pandemia de coronavírus: a vida, a saúde e do SUS, a solidariedade, a preservação do meio ambiente, a democracia, a ciência e a educação.

Encaminhamento

A #FrentePelaVida vai continuar reverberando seus princípios e valores declarados no manifesto da #MarchaPelaVida. As entidades envolvidas seguirão com ações concretas de enfrentamento à crise social, política e econômica em todos os estados brasileiros. Outras entidades podem se somar à frente por meio do site.

Deputado federal Marcelo Freixo, durante ato político da #MarchaPelaVida

Saiba mais

Um ato político com a presença de diversos parlamentares também foi realizado. Hoje também ocorreu uma marcha simbólica ao Congresso Nacional por meio de um app. Foram mais de cinco mil pessoas em caminhada virtual na #MarchaPelaVida. As atividades encerraram com um coral que uniu diversos artistas em um canto coletivo virtual (foto principal). Essas e outras ações realizada pelas diversas entidades parceiras você encontra no site: www.marchavirtualpelavida.org.br

A Frente pela Vida é conduzida pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Abrasco, Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), CNBB, CNS, Cebes, SBB, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Rede Unida.

Veja a transmissão da #MarchaPelaVida na íntegra

Veja o ato político da #MarchaPelaVida

Ascom CNS

 

What's your reaction?
0Sorrindo0Lol0Ual0Amei0Triste0Bravo

Deixe um comentário

Acesse o banco de Práticas Alternativas

Conheça experiências reais que unem a justiça social, radicalização da democracia e harmonia com o meio ambiente

Encontre o Observatório nas redes sociais
Assine e acompanhe o Observatório da Sociedade Civil

    Realização

    Apoio

    Apoio

    Apoio

    Apoio

    Copyright © 2024. Todos os direitos reservados à Abong.