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No dia de combate à violência contra a mulher, movimentos e organizações da sociedade civil se mobilizam para avançar na visibilidade do tema.

 Por Nana Medeiros

Neste dia 25 de novembro é celebrado o Dia Internacional de Combate a Violência Contra a Mulher. Segundo dados recentes da Organização das Nações Unidas, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física ou sexual. No Brasil, a criação do Disque 180, da Casa da Mulher Brasileira e a própria Lei Maria da Penha são, para Maria Fernanda Marcelino, integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e militante da Marcha Mundial das Mulheres, políticas positivas, mas que estão longe de resolver a violência de gênero.

De acordo com Maria Fernanda, apesar de existirem iniciativas tanto do governo federal quando de instituições não-governamentais, a violência segue sendo um dos principais problemas que as mulheres enfrentam no seu cotidiano.

“A Lei Maria da Penha é muito importante, já que abrange muitos casos e garante a proteção da mulher que esteja sofrendo risco de morte. O grande problema é que há uma enorme fragilidade em sua aplicação. São raríssimos os casos de delegacia que aplicam a lei”, afirma Maria Fernanda.

Para ela, o medo que permeia a vida das mulheres só será de fato combatido quando a naturalização da violência contra as mulheres for superada. Uma forma de isto acontecer seria promover a consciência de responsabilidade da violência, que frequentemente recai sobre a própria mulher. “O que existe é a ideia enraizada de que essa violência é parte da nossa vida. Precisamos de uma atuação forte do governo e da sociedade civil em campanhas que explicitem a existência não só da violência, mas de um sujeito que a comete, que são em sua maioria os homens. É um aspecto cultural que tem que ser mudado com uma ação efetiva e planejada e continua e não pontual”, acredita.

Para Priscila Gomes, moradora da Vila Zilda, zona norte de São Paulo, e integrante do coletivo Nós, mulheres da Periferia, essas medidas seriam ainda mais necessárias nas comunidades periféricas, onde as mulheres enfrentam maiores desafios para alcançar seu espaço no meio social. “Elas são mais afetadas pelo fato de a sociedade ver essa mulher sempre como sem informação, marginalizada, sem estudos, sem moradia. Essa mulher também é vista pela mídia como tal e ainda sem direitos. Com isso o machismo se reproduz com força”, afirma.

Entre as medidas mais urgentes estão melhorar a aplicação de mecanismos já existentes, como a Lei Maria da Penha e os atendimentos nas delegacias e nas unidades da Casa da Mulher Brasileira, além de ampliar o acesso a informações em forma de debates ou palestras sobre violência, educação, direitos, especialmente com eventos que sejam realizados nos bairros periféricos de todas as cidades.

Segundo as integrantes do coletivo, existem muitos espaços dentro das comunidades, criados a partir da mobilização de mulheres, que lutam por melhorias na questão da violência doméstica, profissionalização, métodos contraceptivos, educação, entre outros. No entanto, são elas ainda as que mais sofrem pela falta de direitos.

 

 

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