Para o CFEMEA, mesmo com as novas regras eleitorais para promover as candidaturas femininas, superar a sub-representação política das mulheres é um desafio que requer um decisivo investimento e políticas permanentes de combate às desigualdades
Por Lorena Alves, do Observatório
O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA) lançou nesta quarta-feira (12) a campanha “Política Feminista para Transformar o Poder”, com o intuito de trazer o debate sobre os limites do processo eleitoral, no contexto do golpe brasileiro, que inviabiliza as plataformas políticas em prol da igualdade e da justiça social.
A organização também tem o objetivo de alertar os eleitores sobre a presença crescente de candidaturas parlamentares – no âmbito federal, mas também nos estados e governos – que se colocam contra os direitos das mulheres, da população negra, da classe trabalhadora e periférica. Além de fortalecer as principais pautas e reivindicações dos grupos populares.
As ações da campanha são centradas na internet, em especial nas redes sociais. Segundo Milena Argenta, assessora técnica do Cfemea, elas querem aumentar a divulgação do vídeo, que é a principal peça da campanha, além de cards sobre as reivindicações elementares e análises que serão publicadas no nosso site.
“Temos como principal público alvo as mulheres na sua diversidade e desigualdades que configuram o gênero. Mas também queremos dialogar com a sociedade de modo geral, chamando atenção para os direitos das mulheres que estão ameaçados e das populações marginalizadas do sistema político”, afirma Milena.
No texto de divulgação da campanha, o Centro Feminista destaca o comprometimento delas com as candidaturas que defendem os direitos da classe trabalhadora, das mulheres, da população negra, dos povos indígenas e tradicionais, de pessoas com deficiência e LGBTQI. “Defendemos a paridade na política, que as mulheres e grupos historicamente marginalizados deste sistema ocupem os cargos eletivos para democratizar o poder”, diz.
O Centro Feminista chama atenção, no lançamento online da campanha, para o fato de que o Brasil ocupa a 152ª posição em relação à participação das mulheres no parlamento federal, e de que as mulheres são maioria do eleitorado (52%). Para elas, mesmo com as novas regras eleitorais para promover as candidaturas femininas, superar a sub-representação política das mulheres é um desafio que requer um decisivo investimento e políticas permanentes de combate às desigualdades para transformar a cultura política do país.
Segundo a organização, “precisamos denunciar a vergonhosa ausência das mulheres dos espaços institucionais de poder, e o agravamento desse quadro após o Golpe de 2016, com o aumento das desigualdades sociais, raciais, étnicas, de gênero e de classe.” Elas ressaltam que o caminho que desejam é de presença das mulheres na política como uma das vias de transformações da vida, e batalham para que sejam eleitas mulheres (e homens) comprometidas/os com a afirmação e a ampliação de nossos direitos, em diálogo com os movimentos sociais.
Confira a campanha aqui.
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Essa campanha faz parte das ações da Cardume – Comunicação em Defesa de Direitos, uma rede de organizações da sociedade civil (OSCs) articulada a partir de seus/suas comunicadores/as