Após a invasão em centro comunitário denunciada pelo padre Júlio Lancelotti, Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos apura conduta da Guarda Civil Metropolitana
O Ministério Público do Estado de São Paulo abriu inquérito e pediu as imagens colhidas pelo circuito interno de TV do Centro Comunitário São Martinho de Lima, na Mooca, região centro-leste da capital paulista, para apurar as responsabilidades de uma ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Na sexta-feira (14), durante uma operação de zeladoria urbana, o efetivo invadiu o local, utilizado por pessoas em situação de rua, com armas de choque e de borracha, e teria disparado spray de pimenta contra os moradores.
Além das agressões contra o padre Júlio Lancelotti registradas em vídeo durante a ação da CGM, da Pastoral do Povo da Rua, moradores em situação de rua como Diego Alejo e Carmen Peixoto também descreveram em entrevista ao repórter Leandro Chaves, do Seu Jornal, da TVT, outros atos violentos que teriam sido cometidos pelos agentes.
Carmen relata que, após ter tomado choque duas vezes e apanhado de cassetete, precisou ser encaminhada ao hospital. “Eu desmaiei, perdi os sentidos, fui socorrida pelo pessoal do Bom Pai e do posto de saúde. Tive que ser levada para o pronto-socorro desacordada e convulsionei duas vezes.” Alejo chegou a ser detido, após acionar o extintor de incêndios contra os guardas. “Os caras me levaram para um parque e me agrediram, falaram que não iam me levar para a delegacia, que iam me matar e dar fim no meu corpo”, diz.
Ao Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública respondeu que a equipe de zeladoria havia sido hostilizada pelos moradores em situação de rua e afirmou estar apurando os fatos. Com o inquérito, a Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos quer ainda medir a qualidade do serviço público prestado tanto pela Guarda Civil como pela política de assistência social do município.
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(Foto: TVT/Reprodução)