Movimentos sociais prometem aumentar a pressão e realizar novos atos contra a crise de água no estado de São Paulo. Chuvas dos últimos dias não conseguiram melhorar a situação dos reservatórios de água
Acusado de ser responsável pelo agravamento da crise hídrica em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cobrado pela falta de transparência na condução do problema. Na última quarta-feira (5), uma manifestação organizada por movimentos sociais fechou a Avenida Paulista, região central da capital para cobrar ações efetivas.
Os manifestantes exigiram mais investimentos no sistema de fornecimento e manutenção para evitar o rompimento de adutoras e encanamentos, que gera muito desperdício.
Para Edson Aparecido da Silva, coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental (FNSA), a população ficou acuada.
“Nós não temos solução. A chuva a curto prazo não resolve o problema. As obras previstas nos vários planos não ficam prontas a curto prazo, são obras para 1 ou 2 anos na melhor das hipóteses. O quadro não tem perspectiva de solução e nós temos que criticar a falta de transparência, de diálogo e de garantia de participação por parte do governo do Estado.”
Novas manifestações estão programadas para as próximas semanas. Uma para o dia 13 de novembro e outra no dia 15 de novembro, feriado da Proclamação da República.
Edson Aparecido critica o modelo de gestão da Sabesp que se preocupa mais com os lucros dos investidores do que com os investimentos na área.
“Na melhor das hipóteses, se chover a média do que choveu nos últimos anos, nós vamos chegar no próximo período de seca com o sistema Cantareira, por exemplo, no limite do volume morto.”
Principal sistema de abastecimento de água de São Paulo, o Cantareira atende a 6,5 milhões de pessoas na capital e outras 10 cidades da região metropolitana, tendo apenas 11,8% da capacidade total.
Fonte: Radioagência Brasil de Fato, por Leonado Ferreira.