Motivados pela defesa da democracia, da legalidade, dos direitos sociais, civis e pela mudança imediata dos rumos da política econômica do Brasil, mais de 100 especialistas, entre economistas, cientistas políticos, urbanistas, educadores e sanitaristas, elaboraram, a partir de debates em seis reuniões, o documento “Por um Brasil justo e democrático”.
O documento propõe medidas concretas e urgentes para o país sair da crise e discute a elaboração de um projeto de desenvolvimento nacional, voltado para a formação de uma sociedade civilizada, democrática e socialmente justa. Ressalta ainda a importância da classe trabalhadora ter voz ativa e os seus interesses considerados no processo de desenvolvimento econômico.
O material possui em torno de 140 páginas e é dividido em dois volumes:
– Mudar para sair da crise – Alternativas para o Brasil voltar a crescer (Vol. I)
– O Brasil que queremos – Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional (Vol. II).
Na análise do cenário brasileiro atual, os especialistas criticam a opção macroeconômica adotada em 2015 pelo governo. Segundo eles, o ajuste fiscal em curso caminha na direção oposta à construção de um país menos desigual e ameaça a cidadania social, conquistada pela Constituição Federal de 1988 e considerada um marco do processo civilizatório do país.
Ainda de acordo com o documento, o ajuste recessivo amplia o desemprego. “Na prática, o ajuste recessivo está promovendo uma pesada desvalorização do salário real e uma veloz ampliação do desemprego, objetivo confesso de diversos economistas liberais como mecanismo de controle da inflação”.
Dentre as mudanças no cenário macroeconômico do país sugeridas pelos especialistas estão: a redução da taxa de juros básicos da economia, uma nova estruturação dos juros privados, a revisão da política de isenções fiscais e o combate à sonegação de impostos.
Por se tratar de um documento em construção, muitos temas relevantes não foram contemplados e espera-se que o material sirva como ponto de partida para debates, críticas e novas contribuições.
Sua elaboração surgiu por iniciativa conjunta do Brasil Debate, Centro Internacional Celso Furtado de Políticas Para o Desenvolvimento, Fundação Perseu Abramo, Fórum 21, Plataforma Política Social, Le Monde Diplomatique Brasil e da Rede Desenvolvimentista.
Fonte: Adital