Assessores de projetos, parceiros e representantes de 15 entidades-membro do Regional NE2 da Cáritas Brasileira estiveram reunidos, de 8 a 10 de outubro, nos Encontros Regionais, realizados simultaneamente, de Comunicação e de Mobilização de Recursos, em Gravatá, no agreste pernambucano. As atividades foram oportunidades para ampliar a articulação da rede, avaliar as ações conjuntas das entidades-membro, bem como para ajudar na capacitação e na troca de experiências entre os participantes.
Na abertura dos trabalhos, o secretário da Cáritas NE2, Ângelo Zanré, reconheceu que a disposição das entidades-membro de enviarem seus colaboradores era um passo significativo para o sucesso dos eventos. E mencionou, ainda, uma passagem da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, para destacar os desafios colocados pelos meios de comunicação e o meio digital para a realização dos trabalhos da Cáritas. “É preciso favorecer o desenvolvimento duma capacidade de ‘viver com sabedoria, pensar em profundidade e amar com generosidade’”, disse Zanré.
Para a mesa de diálogos inicial, estiveram presentes a professora doutora da Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), Christiane Boa Viagem, e a coordenadora nacional de Mobilização de Recursos da Cáritas, Renata Costa. A conferencista da ASCES abordou o tema “Comunicação como Direito Humano”, que foi explorado sob o ponto de vista de vários documentos, como a Constituição Brasileira, que propõem o acesso livre e democrático aos meios de comunicação.
Já Renata Costa apresentou as ações que vêm sendo desenvolvidas na área de comunicação do Secretariado Nacional da Cáritas e também no campo da mobilização de recursos, como a Rede Permanente de Solidariedade (RPS) e a campanha 10Milhões de Estrelas. Na ocasião, a mesa de diálogos foi mediada pelo agente Cáritas José Matias Irmão, da Cáritas Diocesana de Penedo.
Facilitadora motiva a formação da Rede e dá dicas de comunicação
Nos segundo e terceiro dias, os grupos de comunicação e de mobilização de recursos foram separados para a discussão mais específica dos temas. No de comunicação, a jornalista pernambucana Ana Célia trabalhou a importância do significado da formação, da articulação e da ação da Rede de Comunicadores, por meio de palestras e dinâmicas. Ainda foram debatidos os avanços e desafios tanto da comunicação interna quanto externa da Cáritas.
Ana Célia também destacou, no último dia, algumas dicas relacionadas à construção de textos parareleases destinados à imprensa, para os veículos e redes sociais das entidades-membro e do Secretariado Regional da Cáritas.
Para o jornalista Hélder Quaresma, que atua há 3 meses na Cáritas Diocesana de Caruaru (PE), a ação da Cáritas tem um potencial muito grande do ponto de vista da comunicação, que pode ser explorado a fim de dar visibilidade à instituição e aos projetos e facilitar a captação de financiamentos para novos projetos. “Os encontros, como esse, permitem que a gente possa melhorar a comunicação e fortalecer, de forma conjunta, o nome da Cáritas”, destacou.
Já Irenaldo Pereira, da Ação Social Diocesana de Patos (PB), considerou que, a partir das orientações dadas, promoveu a capacitação, ajustando pontos, tanto relativos à comunicação interna quanto externa, e a motivação dos comunicadores que estão envolvidos na divulgação da marca Cáritas. “Nós temos um ‘produto’ muito bom para ‘vender’ que é a inclusão social. E, se fizermos bem a comunicação, daremos às pessoas dessa inclusão a oportunidade de se verem e também de serem vistas como protagonistas da história”, disse Pereira.
A colaboradora do secretariado regional, em Palmeira dos Índios, Maria Aparecida Mafra, acredita que os resultados, do ponto de vista da comunicação, serão ainda maiores a partir da consolidação da Rede de Comunicadores. “Esse encontro era esperado por todos/as e as entidades-membro atenderam o convite, enviaram pessoas de referências e, com esse e outros encontros, teremos uma articulação maior, uma formação constante, aperfeiçoando e mostrando o trabalho da Cáritas Regional e também Brasileira”.
De acordo com a assessora de comunicação do regional NE2, Kilma Ferreira, o encontro deu o primeiro passo para que as pessoas de referência comecem a se sentir responsáveis pela comunicação da Rede Cáritas. “Iniciamos um processo de sensibilização sobre a comunicação em rede”, disse.
Kilma também destacou alguns compromissos assumidos durante o encontro, entre eles a criação de um plano regional de comunicação que envolva todas as entidades-membro, a promoção de intercâmbios para troca de experiência entre assessorias de comunicação do escritório regional e entidades, além do comprometimento entre ambas as partes para melhorar o fluxo de informações, por exemplo, envio de notícias da rede.
Colaboradores trocam experiências na Mobilização de Recursos
Além das discussões de comunicação, os dirigentes e responsáveis pela captação de recursos das entidades-membro, nos dias 9 e 10, foram assessorados por Renata Costa, do Secretariado Nacional.
Foram discutidas e orientadas as ações em andamento e outras formas inovadoras para a mobilização de recursos e a importância da articulação de ações nacionais pelas entidades-membro em seus respectivos territórios, com explicações mais detalhadas, por exemplo, sobre a Rede Permanente de Solidariedade (RPS).
Segundo a conselheira da Cáritas Diocesana de Campina Grande (PB), Maria Carmen, foi importante a ênfase dada, durante a capacitação, à credibilidade que a Cáritas tem perante a sociedade, mas que, no ambiente atual, não é suficiente para convencer os financiadores dos projetos. “É preciso, de maneira lógica, clara e organizada, apresentar os projetos. Com isso, conseguiremos angariar recursos. E me proponho a participar de outros encontros, como esse, que ajudam muito o entendimento de questões que podem facilitar esse tipo de mobilização”.
O assessor das ações de segurança alimentar e nutricional do Regional NE2, Victor Hugo Balladares, ficou satisfeito com o encontro e percebeu que, a partir do nível elevado de discussões, todos os participantes saíram com uma ‘bagagem’ ainda maior sobre o tema. “Posso dizer que esse grupo saiu com mais conhecimento sobre mobilização de recursos, conhecimento que vai fortalecer e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar aquilo que já está sendo realizado. Além disso, saímos com um Plano de Ações, mesmo que provisório, e um grupo de trabalho formado no Regional NE 2”.
Ao final do encontro, Renata Costa, por sua vez, reconheceu que muitos passos já foram dados em relação à mobilização de recursos e pontuou três destaques. “Em primeiro lugar, eu saliento a troca de experiências entre os participantes. Nós procuramos mostrar que há muita coisa boa sendo feita e que pode ser compartilhada. Outro aspecto que posso elencar é a oportunidade de aprofundar projetos, como o 10 Milhões de Estrelas e a RPS, que temos encontrado dificuldades de fazê-los chegar até a ponta e, com as discussões, podemos analisar algumas propostas de ajustes. E, por último, trabalhamos algumas ferramentas de mobilização de recursos que estão ao alcance de todos e irão, já de imediato, impactar nas entidades-membro”.
Fonte: Cáritas