A Anistia Internacional solicitou formalmente à Presidenta Dilma Rousseff que aborde a crise de refugiados em seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 24 de setembro em Nova York. O Brasil tem tido uma postura receptiva na acolhida aos refugiados, inclusive sírios; no entanto, 95% desses refugiados (4 milhões) estão concentrados em cinco países: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.
“Ambas violações de direitos humanos – a crise dos refugiados e os crimes contra a humanidade cometidos dentro da Síria – devem ser objeto do mais alto nível de debate na Assembleia Geral das Nações Unidas. A Anistia Internacional considera que esta gravíssima situação precisa cessar de modo urgente. (…) Consideramos que ao apresentar propostas de enfrentamento contundente e pacífico destas violações de direitos humanos, o Brasil mostra ao mundo que cada vez tem mais credenciais morais e políticas para ser convocado a estar no centro das decisões estratégicas sobre a segurança internacional”, diz o ofício.
O documento foi enviado no dia 17 de setembro e assinado pelo diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque.
A Anistia Internacional lançou seu relatório anual 2014/15 em fevereiro com foco na iminente crise de refugiados. Desde então, divulgou oito relatórios e briefings sobre as violações de direitos humanos na Síria, além da campanha #OpentoSyria (opentosyria.tumblr.com). No Brasil, a organização assinou com outras quatro instituições – Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes, Conectas, Human Rights Watch e Missão Paz – carta enviada ao Ministério da Justiça elogiando as medidas tomadas pelo governo brasileiro em relação à facilitação do refúgio de nacionais sírios. A carta pede também que a resolução normativa do Conare – Comitê Nacional para os Refugiados nº 17 de 20/09/2013 seja renovada.