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Avaliação foi feita por participantes do evento “Tribunais de contas como instrumentos da cidadania”, realizado em São Paulo

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Na avaliação dos participantes do evento “Tribunais de contas como instrumentos da cidadania”, realizado sexta-feira (14/8) em São Paulo, os tribunais de contas existentes no país precisam aprimorar suas gestões e se aproximar da sociedade.

O evento foi promovido pelo Sindilex (Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município de São Paulo), Rede Nossa São Paulo, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Escola de Governo de São Paulo e Movimento Voto Consciente, em parceria com a Escola de Contas do TCM/SP.

“Os tribunais de contas têm que ser instrumentos da sociedade para o controle e a fiscalização das contas públicas”, afirmou o presidente da Federação Nacional dos Tribunais de Contas (Fenastc), Amauri Perusso, que mediou o debate.

Ele lembrou que os tribunais de contas estão no centro das atenções do país, devido aos questionamentos à prestação de contas do Governo Federal divulgados pela mídia. “Talvez não como gostaríamos, pois temos uma crise”, ponderou.

Perusso informou que os 34 tribunais de contas somados custam cerca de R$ 4 bilhões anuais, valor que justificou em virtude da necessidade de um corpo técnico qualificado.

Para Valdecir Pascoal, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e conselheiro presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE/PE), algumas leis aprovadas nos últimos anos, como a Lei da Ficha Limpa e a Lei de Acesso à Informação, fortaleceram o papel desses órgãos de fiscalização.

O presidente da Atricon registrou que há avanços nos tribunais de contas, no sentido de melhorar a governança e disponibilização de informações aos cidadãos. Porém, mencionou alguns desafios a serem enfrentados: “Precisamos comunicar melhor o nosso papel à sociedade e, ao mesmo tempo, reconhecer deficiências e necessidades de aprimoramento”.

Pacoal, em sua palestra, relatou o trabalhou que vem sendo desenvolvido pela Atricon, por meio do Programa Qualidade e Agilidade dos Tribunais de Contas (QATC), visando o aprimoramento da governança dessas instituições.

Segundo o palestrante, o programa inclui um conjunto de resoluções, que estabelecem as diretrizes de qualidade e agilidade no âmbito dos Tribunais de Contas. “Esse é um norte de boas práticas e de excelência”, argumentou.

O outro ponto do programa é o Marco de Medição de Desempenho dos Tribunais de Contas do Brasil. “Uma ferramenta de avaliação do trabalho dos tribunais”, explicou.

Ele informou ainda que a adesão ao Programa Qualidade e Agilidade dos Tribunais de Contas (QATC) é voluntária. “Dos 34 tribunais, 33 já aderiram”, destacou.

O vereador Ricardo Young, que representou a Câmara Municipal de São Paulo no debate, alertou para o fato de as instituições públicas não acompanharem a dinâmica da sociedade. “A frustração da sociedade com as instituições é enorme”, constatou ele, antes de complementar: “Os partidos políticos e as instituições do poder público, do qual fazem parte os tribunais de contas, não atendem aos anseios da população”.

Os tribunais de contas, de acordo com o parlamentar, deveriam ser mais ágeis, para corrigir eventuais desvios durante o processo. “Do ponto de vista da sociedade, para que serve julgar as contas de um prefeito 10 anos depois”, exemplificou.

Na opinião de Young, o problema é que as instituições são autocentradas, “esquecem que existem para servir o cidadão”. Ele, por fim, se posicionou contra o fato de conselheiros dos tribunais terem cargos vitalícios. “Nada justifica isso”, criticou.

George Winnik, representante da Rede Nossa São Paulo, relatou aos participantes do evento o processo de diálogo iniciado entre a sociedade civil e o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM/SP), incluindo as propostas encaminhadas ao órgão pelo Grupo de Trabalho (GT) Acompanhamento do TCM.

Visando “dar mais um passo nesse processo”, ele propôs, em nome do GT, a criação de uma comissão, a ser composta por representantes da sociedade civil, da Câmara Municipal e do TCM/SP. Entre os objetivos do grupo estariam “atender melhor o tribunal e apresentar sugestões”.

O debate contou também com a participação dos conselheiros do TCM/SP, Maurício Farias e João Antônio da Silva Filho.

Silva Filho, que é presidente da Escola de Contas do Tribunal, concordou com a avaliação de Ricardo Young, de que a tendência das instituições e fechar-se em si mesma, mas ressalvou: “Nosso esforço é aproveitar os instrumentos da democracia para fortalecer o controle externo”.

O conselheiro considerou que a Escola de Contas tem mudado. “Esse evento [o debate] é um exemplo disso”, pontuou, antes de concluir: “Esse é um espaço aberto e plural, uma janela aberta para a sociedade”.

Durante o evento, os participantes puderam fazer perguntas e apresentar sugestões aos convidados.

Fonte: Rede Nossa São Paulo

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