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Pesquisa realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com a Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as OSCs , retrata a visão da mídia a respeito do setor

A imprensa brasileira subestima a importância das organizações da sociedade civil (OSCs) no processo democrático e tende a tratar o setor de forma descontextualizada. Além disso, da parcela já reduzida de matérias que aborda o financiamento das organizações, – 44,5% focam em casos de corrupção. As informações são de pesquisa realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com a Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as OSCs, a respeito do tratamento da mídia dado ao setor.

De acordo com o estudo, “o aspecto negativo sobre as OSCs está intrinsecamente vinculado ao financiamento de determinadas organizações, pelo governo, realizado a partir de mecanismos de regulação defasados e distantes da atual realidade do diverso e amplo setor”. Ainda inédita, a pesquisa teve dados preliminares apresentados pelo secretário-executivo da ANDI, Veet Vivarta, durante o Seminário Imprensa e Sociedade Civil. Foram analisados cerca de 2.400 textos de 40 veículos, incluindo jornais de circulação nacional, regional e as quatro revistas semanais mais importantes.

 

Seminário Imprensa e Organizações da Sociedade Civil
Seminário Imprensa e Organizações da Sociedade Civil

A imprensa, na grande maioria dos casos, ignora a importância das OSCs no processo democrático do país – aspecto ausente em 89,9% dos textos analisados – além de possuir uma visão pouco abrangente sobre o setor, seja em relação à relevância das instituições para o interesse público ou para denunciá-las como corruptas. Segundo Veet Vivarta, a imprensa dá preferência a casos e ações específicas, sendo que apenas 9,2% dos textos tratam do funcionamento geral do setor.

É essa visão reducionista da relação das OSCs com o Poder Público que deixa margem para que muitos casos ganhem destaque e prejudiquem a imagem de outras entidades. A abordagem da mídia, centrada no repasse de recursos, desconsidera a questão do financiamento e da necessidade de um novo Marco Regulatório para as entidades. Segundo a pesquisa, apenas 0,5% tratam de medidas relacionadas à regulamentação das OSCs e, se mencionada esta questão, ela não é aprofundada e o debate é ignorado.

O estudo revela o grande desafio de “aprofundar e fortalecer o debate público sobre a regulação do setor”. Ciente da capacidade de influência da mídia, seja estimulando ou inibindo a adoção de políticas públicas, e analisando o tratamento dado às OSCs, fica explícita a necessidade de um melhor entendimento sobre esse setor fundamental para a consolidação da democracia no país.

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