Organizações sociais que defendem os direitos dos negros/as, dos povos indígenas e das mulheres se reuniram nesta sexta-feira, 19/9, em Brasília para discutir os resultados da análise “Perfil dos Candidatos às Eleições 2014: sub-representação de negros, indígenas e mulheres: desafio à democracia”. A publicação traz informações raça/cor, sexo, partidos políticos, Unidade de Federação e cargos de todos os candidatos das eleições de 2014 do Brasil.
Essa é a primeira vez que os candidatos a cargos federais e estaduais tiveram que declarar raça e cor, conforme definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo revela que as eleições deste ano contam com 25.919 candidaturas que concorrerão este ano a 12 cargos (Presidente, Vice-Presidente, Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual, Distrital e suplentes nestes 4 últimos casos).
Apesar das candidaturas das mulheres cumprirem a cota de 30% prevista em lei, observa-se que as mulheres continuam a ser minoria das candidaturas em todos os partidos políticos. Quando se leva em consideração a questão racial, as candidatas pretas, pardas e indígenas permanecem invisibilizadas entre as candidaturas majoritárias.
Conforme estatísticas, as mulheres correspondem a 51,4% da população brasileira, mas somente 30,9% das candidaturas foram preenchidas por elas. Outro dado que foi comprovado no estudo é que da percentagem de 42,2% de candidaturas de negros/negras, somente 14,2% são mulheres.
Outro dado revelado sobre as candidaturas de negros é que elas estão concentradas principalmente nos partidos ligados às questões socialistas e operárias, como o PCB (59,8%), PCdoB (57,8%), PCO (63,3%), PSTU (48,4%) e o PSOL (52,7%). Nas maiores legendas, a presença de negros representa, por exemplo, 41,9% das candidaturas do PT, 37,7% do PSB, 32,8% do PSDB e 26,5% do PMDB.