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Para presidente da Anfavea, Luiz Moan, programa vai evitar demissões em momento de queda nas vendas

Trabalhadores da Mercedes seguem acampados em frente à fábrica em protesto contra demissões/ ANDRIS BOVO/ABCD MAIOR
Trabalhadores da Mercedes seguem acampados em frente à fábrica em protesto contra demissões/ ANDRIS BOVO/ABCD MAIOR

São Bernardo do Campo – Mesmo com algumas alternativas já colocadas em prática para tentar adequar os altos estoques de veículos com a baixa demanda do mercado no Brasil atualmente, como layoffs (suspensões temporárias de contratos de trabalho), férias coletivas e licenças remuneradas, as montadoras também esperam que seja aprovado o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para evitar que as demissões no setor continuem neste ano.

A CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos, ligada à CUT) e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC propõem ao governo federal um programa inspirado no sistema adotado pelos trabalhadores alemães em momentos de dificuldades da indústria. O projeto prevê a redução da jornada de trabalho com respectiva redução salarial e a criação de um fundo destinado a auxiliar na complementação do pagamento de salários no período.

Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras, o programa contribuiria para as empresas manterem o nível de emprego mesmo com cortes na produção nos últimos meses.

De acordo com levantamento divulgado pela associação nesta segunda-feira (8), o setor eliminou 1.400 vagas em maio e reduziu para 138,2 mil o contingente de trabalhadores, registrando queda de 1% em relação a abril. Na comparação com o quinto mês do ano passado, a redução foi de 9%. Com esses cortes, o setor automotivo já demitiu 6,3 mil empregados em 2015.

“Por isso, somos muito favoráveis ao Programa”, disse Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea. “Há muitas vantagens, como o fato de as montadoras poderem adotar a medida somente em setores específicos de produção, em algumas linhas de montagens, por exemplo, e não na empresa inteira. Além disso, no Programa de Proteção ao Emprego as empresas continuarão pagando parte dos encargos sociais, o que não acontece quando adere-se a um layoff. Isso, inclusive, contribuirá com o ajuste fiscal do governo”, completou o executivo.

Mercado

Segundo a Anfavea, as vendas de veículos novos no Brasil caíram 3% no mês de maio em relação a abril, segundo pesquisa divulgada pela Anfavea. No período, foram comercializados 212.696 veículos (somando carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus), quantidade abaixo dos 219.351 licenciados nos 30 dias anteriores.

Já a retração comparada ao mesmo mês de 2014 chegou a 27,5%, enquanto no acumulado do ano (intervalo entre janeiro e maio) a diminuição está em 21%.

A produção de caminhões foi 3,9% maior e chegou 6.016 unidades em maio sobre abril. Sobre maio do ano passado a queda é 52,7% Já a produção de ônibus caiu de 1.560 para 1.451, queda de 7% entre abril e maio.

Fonte: Rede Brasil Atual, por Guilherme Yoshida, do ABCD Maior 

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