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ISA lança “Fogo na Floresta”, filme em Realidade Virtual, para aumentar a conexão entre a Amazônia e os povos indígenas com seus aliados nas grandes cidades. Estreia ocorreu no festival É Tudo Verdade, em São Paulo

Muita gente sonha em um dia conhecer uma aldeia indígena na Amazônia. Mas uma parcela grande dessas pessoas não consegue realizar o sonho, seja pela distância, custos ou outras restrições. Se esse for o seu caso, seus problemas acabaram (ou quase). O Instituto Socioambiental (ISA) lança Fogo na Floresta, um curta-metragem de 7 minutos que transporta o espectador direto para o meio de uma aldeia do povo Waurá, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso.

Apaiyupe Waurá com o óculos da realidade virtual durante as filmagens na aldeia (Foto: Tadeu Jungle)
Apaiyupe Waurá com o óculos da realidade virtual durante as filmagens na aldeia (Foto: Tadeu Jungle)

O lançamento mundial do filme, uma coprodução do ISA com a Academia de Filmes, ocorreu durante o Festival Internacional de Documentários “É Tudo Verdade”, na quinta feira, 27/4, às 18h00, no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista. Duas lideranças Waurá vieram especialmente do Xingu para a ocasião: Atakaho Waurá, cacique da aldeia Piyulaga e seu tradutor, Arikutua Waurá. (Veja mais sobre a exibição do filme no final do texto)

Dirigido por Tadeu Jungle e narrado pela atriz Fernanda Torres, o filme é composto por cenas em 360 graus que levam o espectador para dentro do cotidiano da comunidade indígena e apresenta uma ameaça que paira sobre os Waurá e sobre todos os povos da Amazônia: o fogo fora de controle.

Manejado há milênios pelos povos indígenas na abertura de suas roças de subsistência, o fogo agora avança sobre as matas de maneira descontrolada, em razão do desmatamento do entorno do Xingu e das mudanças climáticas.

“Chegamos na aldeia focados em mostrar a rotina dos índios, mas de cara flagramos um incêndio poucos metros de uma maloca. O filme ganhou uma urgência imediata”, diz Tadeu Jungle. “O Parque Indígena do Xingu, casa dos Waurá e de outros 15 povos, é hoje uma ilha de floresta cercada por fazendas de soja por todos os lados”, explica André Villas Bôas, secretário executivo do ISA. “O descontrole do fogo é o resultado direto dos desmatamentos no entorno do Xingu que alteram os padrões de chuva, mudando o clima da região, causando o ressecamento da floresta, tornando-a mais inflamável”, complementa.

A pesca, o futebol, a arte da cerâmica e a produção da farinha de mandioca são algumas das atividades rotineiras da comunidade que o filme exibe de maneira imersiva. O curta ainda mostra uma sala de aula, a “casa dos homens” e o interior de uma maloca, compondo um cenário atual no qual cultura tradicional e hábitos modernos coexistem no cotidiano dos índios. “Os Waurá, como muitos povos do Xingu, transitam entre costumes e tecnologias da nossa sociedade sem deixar de valorizar os aspectos mais importantes da sua tradição cultural”, diz Paulo Junqueira, coordenador do ISA que trabalha diretamente no Xingu.

O povo Waurá (ou Wauja) tem uma população de 560 pessoas que vive na aldeia Piyulaga, no Parque Indígena do Xingu. Famosos por sua cerâmica, cestaria e arte plumária, eles estão mobilizados para combater o fogo descontrolado que ameaça as florestas e a vida no Xingu. O ISA, por meio de uma série de iniciativas – como o apoio e formação para o manejo e controle do fogo, formação de brigadas indígenas anti-incêndio, monitoramento de focos de calor via satélite e restauração florestal –, está ao lado dos xinguanos para encarar esse desafio.

Após o lançamento no festival “É Tudo Verdade”, Fogo na Floresta será ativado em uma série de eventos promovidos pelo ISA e pela coprodutora Academia de Filmes nos próximos meses. O filme também estará disponível em meados de junho para exibição em 360 graus na Internet, no canal do ISA no YouTube, bem como via aplicativos Fogo na Floresta (português) e Fire in the Forest (inglês) na Apple Store e na Google Play Store, gratuitamente.

Sobre o ISA

O Instituto Socioambiental (ISA) é uma das principais organizações ambientalistas e indigenistas do Brasil. Com 24 anos de existência, o ISA atual regional e nacionalmente para defender povos indígenas, comunidades tradicionais, direitos humanos e o patrimônio cultural, valorizando a diversidade socioambiental do Brasil.

Sobre Tadeu Jungle

É um artista multimídia brasileiro com atuação nas áreas de fotografia, vídeo, instalações, poesia visual e performance, com uma carreira estabelecida como roteirista e diretor de publicidade, cinema e TV. Entre outros trabalhos, dirigiu “Rio de Lama” – primeiro documentário em realidade virtual do país, sobre a catástrofe de Mariana, em Minas Gerais –, exibido no Sunny Side of the Doc (França; 2016).

Sobre a Academia de Filmes

Com 21 anos de experiência no mercado audiovisual, a Academia de Filmes oferece criatividade e inovação em produção de conteúdo para todas as telas. Somos pioneiros em produção de realidade virtual na América Latina. A empresa cria e produz também filmes e documentários para cinema, séries de TV e publicidade, assim como conteúdo para marcas e para internet.

Fonte: Instituto Socioambiental

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