O dossiê elaborado pela organização CIDSE, com texto, imagens de vídeo e fotos, oferece um olhar impressionante em um desastre que resultou na morte de quase 20 pessoas, a destruição de aldeias inteiras e a contaminação de dois rios principais
Em 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão explodiu no município de Mariana, em Minas Gerais, Brasil. Milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração de ferro da mina operada pela Samarco, uma joint venture Vale-BHP Billiton, criaram uma torrente de lama que destruiu aldeias inteiras, incluindo escolas e igrejas, e contaminou os rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce. 19 pessoas morreram e muitos outros foram afetados pelos eventos.
O dossiê multimídia online espelha os eventos, analisa suas conseqüências e avalia as responsabilidades. Foi desenvolvido pela rede CIDSE em conjunto com vários parceiros no Brasil e América Latina e inclui imagens de vídeo do desastre, entrevistas com as pessoas afetadas e imagens da área após a quebra da barragem.
A CIDSE desenvolveu este dossiê para tornar esta história escandalosa e a luta das pessoas afetadas pela justiça tão amplamente conhecida quanto possível. Dois anos após o evento, as comunidades afetadas ainda não possuem remuneração significativa e reabilitação de seus meios de subsistência. Além disso, este não é um caso isolado: existem muitas outras comunidades ao redor do mundo que estão sofrendo as conseqüências negativas da mineração irresponsável – possíveis brechas de barragens entre elas.
De 23 a 27 de outubro, os Estados membros da ONU iniciam negociações sobre o conteúdo de um tratado da ONU sobre corporações transnacionais e outras empresas em relação aos direitos humanos. A esperança é imensa, pois tal tratado poderia obrigar as empresas transnacionais a serem legalmente responsáveis em relação aos impactos de suas operações em todo o mundo e fornecer uma via para as vítimas de abusos de direitos humanos relacionados a negócios.
Para evitar novas tragédias marianas, é de importância crucial que todos os Estados membros da ONU participem de forma construtiva nas próximas negociações do tratado da ONU.
Você pode acessar o dossiê em inglês, francês, alemão, português e espanhol.
(Foto: Rogério Alves/TV Senado)
