Rede Brasil do Pacto Global está preparando, em parceria com empresas, documento que vai orientar a agropecuária, a pesca e a silvicultura a reduzirem seus impactos sobre o meio ambiente.
Colheita de milho em Sertão Santana. Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini (CC)
Na última quinta-feira (28), a Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas reuniu especialistas dos setores de alimentos e agricultura, de organizações não governamentais e da ONU para debater diretrizes que vão orientar a implementação, em corporações brasileiras, da Agenda 2030.
Em processo de elaboração participativa, a equipe nacional do Pacto Global prepara, atualmente, uma cartilha sobre seus Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA) – conjunto de seis recomendações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
As propostas do organismo da ONU destacam a necessidade de promover o trabalho digno e os direitos humanos de agricultores e consumidores. As metas incluem ainda o compromisso em adotar práticas sustentáveis que reduzam os impactos da agropecuária, da pesca e da silvicultura sobre o meio ambiente.
A minimização do desperdício nas cadeias produtivas de alimentos também é um dos princípios definidos pelo Pacto Global no Brasil.
O encontro da semana passada buscou mapear práticas e experiências que ilustram as demandas feitas pelo organismo da ONU às empresas parceiras. O Pacto Global tem investido em grupos temáticos – como o que se reuniu na quinta-feira – para ampliar as discussões entre as instituições brasileiras sobre os ODS e desenvolver o material informativo sobre os PEAA.
“Demos o primeiro passo para concentrar práticas atuais do mercado em diversos temas socioambientais relevantes para o setor no contexto brasileiro em um único material”, explicou a coordenadora do grupo de trabalho de Alimentos e Agricultura e também diretora de Desenvolvimento Sustentável da Amaggi, Juliana Lopes.
Segundo o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Gustavo Kauark Chianca, “os PEAA são uma iniciativa avançada e servirão de modelo para países tropicais”. ”Além disso, são semelhantes às diretrizes voluntárias da FAO, que se referem especialmente sobre o manejo do solo, da água e das florestas”, destacou.
Para o especialista, o setor privado tem demonstrado preocupação com os ODS e desenvolvido boas práticas que precisam ser divulgadas.
“São iniciativas como esta, de propor uma discussão coletiva de conteúdos importantes para setores em que as empresas têm grande atuação e responsabilidade, que fazem da Rede Brasil uma iniciativa de referência para o setor privado brasileiro”, a secretária-executiva da Rede Brasil, Beatriz Martins Carneiro.
A dirigente enfatizou que a cartilha sobre os PEAA servirá para guiar a internalização da Agenda 2030 nas organizações.
Fonte: Plataforma ODS, por ONU