Manifestantes se reúnem na Câmara para tentar impedir votação do projeto de lei que pode abrir caminho para a privatização da Petrobrás no futuro
Por Kaique Santos, do Observatório
Integrantes de movimentos sociais, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Federação Única de Petroleiros (FUP) realizam nesta quarta-feira (5) manifestação em frente à Câmara dos Deputados contra a votação do Projeto de Lei que prevê o fim da obrigatoriedade da Petrobrás na exploração das reservas do pré-sal.
Trabalhadores vinculados à Federação Única dos Petroleiros são contrários à proposta, pois ela permite que multinacionais operem no ramo. “Os trabalhadores vão continuar presentes aqui”, afirmou Leonardo Urpia, um dos militantes petroleiros. Há ainda o argumento de que a flexibilização da regra abrirá espaço para a futura privatização da Petrobrás e perda de arrecadação da União.
Apesar da pressão, os deputados aliados do governo do presidente Michel Temer (PMDB) conseguiram rejeitar, por 262 a 7, a proposta do PDT que pedia novo adiamento da votação da PL 4567/16 por duas sessões. A pauta é apontada como umas das prioridades da gestão de Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara. O PL, de origem no Senado, tem autoria do atual Ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), e foi pautado inicialmente para votação na noite desta terça-feira, mas pressões da oposição levaram ao adiamento para esta quarta.
Na terça, a deputada Jandira Feghali (PCdoB), líder da oposição – composta por PT, PCdoB, Rede, PSOL e PDT –, defendeu o movimento contra o PL 4567. “Vamos obstruir essa pauta até o limite das nossas forças”, garantiu Feghali. A proposta segue sendo debatida no Plenário da Câmara e a votação deve iniciar ainda hoje.