A plataforma é uma forma de homenagear Marielle Franco, vereadora que foi assassinada neste ano e inspirou inúmeras candidaturas pelo Brasil
Por Thalyta Martins, do Alma Preta
A plataforma Voto em Preto foi criada neste ano por setores do Movimento Negro Brasileiro não-partidarizado com o objetivo de dar visibilidade às negras e aos negros concorrendo às esferas do Poder Executivo e Legislativo. Os organizadores acreditam que quanto mais pessoas negras forem eleitas, mais políticas serão criadas para beneficiar este grupo populacional que representa mais de 50% da população brasileira, de acordo com o IBGE.
“A baixíssima quantidade de mulheres e homens afro-brasileiros, sobretudo no Congresso Nacional, é uma revelação aguda de como a democracia brasileira ainda está longe de se concretizar. Há uma grave crise de representatividade do grupo que constrói este país desde os distantes anos do século 16!”, diz página inicial do site.
Segundo seu idealizador e presidente do Instituto Brasileiro de Diversidade (IBD), o professor doutor Helio Santos, a ferramenta é um dos primeiros passos para que essas eleições e as próximas estejam cada vez mais pautadas na questão racial. Trata-se de uma iniciativa precursora a ser aperfeiçoada no futuro pela geração advinda das políticas afirmativas.
Helio explica ainda, que existe uma legitima preocupação com a presença feminina no site. Segundo ele, são as mulheres negras, em especial as feministas negras, que darão o tom da mudança que as eleições brasileiras necessitam.
“É importante e necessário que esse protagonismo seja maximizado como caminho para radicalizar a Democracia Brasileira cuja representatividade feminina e negra é praticamente invisível.”, diz.
O site Voto em Preto tem na entrada um manifesto “Marielle, presente”, no qual homenageia a memória da vereadora por conta da trajetória que ela construiu ao lado dos que mais sofrem: as mulheres e os negros.
Nem todos os políticos estão listados na página, mas é possível acessar o contingente de candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) acessando o site do TSE.
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(Foto: Reprodução Mandela votando na década de 90 na África do Sul)