Premiação se deve ao empenho de Abiy Ahmed Ali nas negociações de paz e na busca de cooperação internacional para solução de conflito entre seu país e a Eritreia
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, é o ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2019. O nome de Abiy Ahmed Ali foi anunciado nesta sexta-feira (11) pelo comitê do prêmio, na Noruega. A entrega do prêmio, segundo o comitê, se deve ao empenho de Abiy Ahmed Alipara nas negociações de paz e na busca de cooperação internacional direcionada à solução de conflito entre seu país e a vizinha Eritreia.
“A paz não chega por meio de gestos de apenas uma das partes. Quando o primeiro-ministro estendeu a sua mão, Isaias Afewerki (presidente da Eritreia) agarrou-a e ajudou a formalizar o processo de paz entre os dois países”, justificou Berit Reiss-Andersen, líder do comité do Nobel.
O acordo de paz foi assinado em 2018, encerrando duas décadas de tensão, depois de um conflito fronteiriço que durou entre 1998 e 2000 e matou pelo menos 100 mil pessoas. Para alcançarem a paz, Adis Abeba prometeu retirar as suas tropas da região de Badme (que passou a reconhecer como território eritreu) e a Eritreia concedeu o acesso aos seus portos no Mar Vermelho
O dirigente do país africano supera indicações como as do líder indígena brasileiro Raoni Metuktire, da ativista sueca Greta Thunberg e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Vencedores do Nobel 2019
As categorias laureadas são: Física, Química, Economia, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz.
Há 301 candidatos ao prêmio Nobel da Paz deste ano, sendo 223 pessoas e 78 organizações. O recorde de indicações é de 2016: 376. Os nomes não são divulgados. Segundo o comitê, isso só pode acontecer depois de 50 anos.
O Nobel da Paz é concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel e integra o conjunto mais importante de prêmios da humanidade, desde 1901.
Desde segunda-feira (7), o Comitê do Nobel vem divulgando vencedores em diferentes categorias. O primeiro a sair foi o de Medicina, que premiou um trio de cientistas que fez descobertas sobre a atividade genética nas células de acordo com a variação da disponibilidade de oxigênio. Foram eles: Gregg Semenza (EUA), Peter Ratcliffe (Reino Unido) e William Kaelin (EUA). “Descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias para combater a anemia, o câncer e muitas outras doenças”, disse o Comitê.
Na terça-feira (8) foi a vez do Nobel de Física, que teve duas pesquisas vencedoras. A primeira delas, comandada pelo canadense James Peebles, tem relação com seu amplo estudo no campo da cosmologia física desde os anos 1960. Sua pesquisa sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas revelou, entre outras coisas, que o universo é composto apenas de 5% de matéria. O restante é formado pelas misteriosas matéria escura e força escura. Já o segundo grupo vencedor da categoria é comandado pelos suíços Michael Mayor e Didier Queloz. Em 1995, eles foram responsáveis por registrar o primeiro exoplaneta que orbita uma estrela similar ao sol.
O Nobel de Química foi anunciado ma quarta (9). John B. Goodenough (EUA), M. Stanley Whittingham (EUA) e Akira Yoshino (Japão) foram agraciados pela invenção das baterias recarregáveis de lítio. A inovação foi fruto de uma pesquisa nos anos 1970, que tinha como intenção descobrir alternativas aos combustíveis fósseis. Graças aos pesquisadores, foi possível evoluir diferentes aparelhos, como celulares e até mesmo carros elétricos e dispositivos de armazenagem de energia solar e eólica.
Ontem (10) a escritora polonesa Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke foram premiados com o Nobel de Literatura de 2018 e 2019, respectivamente, conforme anunciou nesta quinta-feira (10/10) a Academia Sueca. O prêmio a Tokarczuk é referente a 2018, ano em que a academia cancelou a premiação após uma série de escândalos, como informa a edição em português do portal alemão Deustche Welle.
O Nobel de Economia será anunciado na segunda (14).
(Foto: UNESCO)