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A crise institucional aberta há um ano pela deposição de uma presidenta legitimamente eleita não chegou ao seu fim. Quebraram as regras democráticas para manter os privilégios das grandes empresas comprado a peso de muito recurso público em conluio com a elite da classe política brasileira composta pelo PMDB, PSDB e PP. Infelizmente, alguns parlamentares de partidos de esquerda também aceitaram o jogo sujo de serem pagos para defender os interesses dos grandes e poderosos agentes econômicos.

As delações da JBS, maior empresa de produção de produtos derivados de carne animal do mundo põe por terra os alicerces do golpe de 2016 e deixa em suspenso as estratégicas do esquema Moro-Globo-STF.

 

Estes novos fatos, somados ao sucesso da Greve Geral de 28 de abril, aos esclarecimentos convincentes do depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba e à crescente adesão do povo brasileiro contra as reformas trabalhista e previdenciária indicam que é possível abrir uma nova agenda do campo democrático e popular, retomando a ofensiva por um desfecho à esquerda, da crise institucional criada pelo golpe.

 

As medidas urgentes são a retirada imediata dos golpistas do Poder Executivo e a abertura de um processo de transição que culmine com eleições diretas ainda em 2017 para escolha de novos ocupantes no Palácio do Planalto. Da mesma forma, a retirada imediata das agendas de reformas que devem ser suspensas até que sejam restabelecidos os ritos democráticos e retomado o poder popular pelo voto direto e secreto.

 

Finalmente, é preciso que seja processada a reforma do sistema político com a adoção das medidas propostas pela Plataforma da Sociedade Civil para a Reforma do Sistema Político que conta com uma série de medidas que visam ao fortalecimento da democracia, dentre elas, o controle do monopólio dos meios de comunicação social, o controle social sobre o poder judiciário e a adoção de instrumentos de democracia participativa e direta.

 

Essas medidas somente serão possíveis com mobilização popular, nas ruas, nas escolas, nas fábricas, universidades, nos campos de futebol, nos templos, terreiros e igrejas. A Abong sempre acreditou no desejo do povo brasileiro em reconquistar as rédeas de seu próprio destino, por isso, sempre apostou na organização e mobilização popular. Por isso, está engajada no processo de construção da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, uma construção pela base, com núcleos de moradia, de local de trabalho, por segmentos sociais, por bandeiras de lutas. Só organizados pela base teremos condições de resistir e reorganizar um projeto democrático e popular para o Brasil.

 

A saída é mais democracia porque só assim garantiremos nenhum direito a menos.

 

Que o povo brasileiro decida seu futuro!

 

Diretas Já!!!

 

Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns

 

Fonte: Abong

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