Projeto reúne comunidades indígenas, OSCs e agricultores/as familiares para promover a recuperação de territórios com plantas nativas da região do Xingu
Do Observatório da Sociedade Civil
Terras degradadas por anos de uso predatório para agricultura e criação de gado são uma triste realidade na região do Xingu, que abrange parte da Amazônia e do cerrado brasileiros. Mesmo após a demarcação de uma terra indígena, os danos causados precisam de muito trabalho para serem revertidos.
Para fomentar esse processo, surgiu a Rede Sementes do Xingu (RSX), projeto desenvolvido pelo Instituto Socioambiental (ISA) desde 2007. A ideia é simples: organizar povos indígenas para coletar sementes de espécies de plantas nativas da região e vendê-las para agricultores/as e outros/as interessados/as (ou obrigados/as por lei) em reflorestar seus territórios.
Os/as coletores/as se organizam em grupos que atuam em associação com diferentes Organizações da Sociedade Civil (OSCs). A demanda vem de organizações e agricultores/as que buscam reflorestar suas terras – parte deles por iniciativa própria, outros para cumprir decisões judiciais. Cada grupo possui um responsável, chamado de “elo”, que tem como função registrar e divulgar as experiências na rede, gerir o estoque, a coleta, as encomendas e controlar a qualidade das sementes.
A Rede reúne agricultores/as familiares, produtores/as rurais, comunidades indígenas, pesquisadores/as, organizações governamentais e não governamentais, prefeituras, movimentos sociais, escolas e entidades da sociedade civil. Hoje, a RSX está em 22 municípios, 11 aldeias e assentamentos de Mato Grosso, entre eles a Terra Indígena Marãiwatsédé. Até a safra de 2011, a Rede comercializou aproximadamente 71 toneladas de sementes, gerando R$ 639 mil de renda para seus/suas 300 coletores/as, indígenas, quilombolas e agricultores/as familiares.
Para adquirir sementes da Rede, consulte as espécies disponíveis no site e faça sua encomenda. Os núcleos de coleta entram em contato para combinar a entrega e a forma de pagamento.
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A Rede integra o Banco de Práticas Alternativas, desenvolvido pela Abong e pelo Iser Assessoria – Religião, Cidadania e Democracia como parte do projeto Novos paradigmas de desenvolvimento: pensar, propor, difundir.
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