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Mais de mil crianças filhas de agricultores se reúnem em Brasília nesta semana. Fechamento de escolas públicas nas zonas rurais está entre as denúncias

Por Rafael Tatemoto, do Brasil de Fato

O ato político de abertura do primeiro Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, realizado em Brasília, teve como um dos principais temas a questão da educação no campo. Nesta segunda-feira (23), primeiro dia do encontro, chegaram as últimas delegações de crianças que vivem em acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Cerca de 1200 crianças, entre 8 e 12 anos, vindas dos 24 estados onde atua o MST, se reúnem em Brasília até o dia 26. No Encontro, os 400 educadores adultos apenas auxiliam as crianças, responsáveis pela condução das atividades.

No ato que abriu oficialmente o Encontro, crianças lembraram o histórico de criação do MST e os valores que regem a organização, como a luta pela terra e a solidariedade internacional entre os povos. Uma das principais preocupações do Movimento, a educação, foi a tônica do espaço.

Sara Carvalho de Sousa, que vive e estuda em assentamento no Espírito Santo, falou pelos sem terrinha. Ela denunciou o fechamento de escolas do campo, bem como a falta de recursos para a área. Ela destacou a possibilidade de trocar experiências com sem terrinhas de outros lugares do país.

“Esse encontro é um dos espaços criados pelo Movimento para nossa formação e educação. Estou muito feliz de estar aqui e poder lutar por nossos direitos, mas também brincar e conhecer outros colegas do Brasil inteiro. E ver como somos fortes juntos. Esperamos que esse encontro acenda uma chama que nos impulsione a seguir lutando”, afirmou.

O Encontro Nacional terá dois temas principais de debate: os direitos da criança e a alimentação saudável. Sousa afirmou ainda que a luta pela reforma agrária tem raízes históricas iniciadas com a colonização do Brasil. Mesma ideia apresentada por Deborah Duprat, integrante da Procuradoria dos Direitos do Cidadão.

“Nosso país começou já torto, errado. Começou com o homem branco, invadindo as terras indígenas, escravizando, criando o latifúndio. Tudo que se conseguiu foi lutando a luta por direitos. Hoje, vocês trazem para cá, para Brasília, uma grande lição: que lutar não é uma coisa só de adulto”, disse.

O ato de abertura contou com a presença de representantes de partidos, sindicatos, movimentos populares de outros países e diplomatas. O deputado federal Nilto Tatto (PT- SP) destacou a importância de reunir crianças em um contexto político como o atual.

“O encontro de vocês é muito simbólico e significativo neste momento que estamos vivendo. um momento muito difícil, em que os golpistas estão entregando nosso patrimônio e comprometendo a vida de vocês no futuro. Este encontro é simbólico porque, através da brincadeira, com sonho e luta, vocês vão mostrar para todos nós, para o Brasil, o que vocês querem. Para que no futuro não tenha sem terra”, destacou.

O primeiro Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha acontece no Parque da Cidade Sarah Kubitschek.

Edição: Katarine Flor

(Foto: MST/Divulgação)

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