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Evento acontece entre os dias 23 e 25 de novembro, em Montevidéu, no Uruguai, e visa ao fortalecimento da democracia na América Latina a partir da incorporação da perspectiva feminista na agenda dos Estados e sociedades

Por Kaique Santos, do Observatório

A 14ª edição do Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe (Eflac), organizado pelo Cotidiano Mujer – coletivo uruguaio dedicado à comunicação e aos direitos humanos -, está marcado para acontecer entre os dias 23 e 25 de novembro, em Montevidéu, capital do Uruguai.

O encontro tem como principal objetivo, a partir da incorporação dos direitos humanos das mulheres, contribuir com o fortalecimento da democracia na América Latina. “Ele representa uma potente referência regional de trocas feministas da América Latina e do Caribe, dos problemas existentes, das práticas desenvolvidas pelos diferentes feminismos, assim como da construção de estratégias em comum”, afirma Maria do Socorro Almeida, membro da Comissão Organizadora do Eflac.

Na última terça-feira (25), foi comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Em São Paulo, ato que começou na região central da cidade abordou as pautas de luta contra o racismo, o machismo, o feminicídio, o ódio à população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e foi contra a retirada de direitos. Angela Davis, ativista norte-americana símbolo da luta pelos direitos civis da população negra, esteve discursando sobre a luta das mulheres negras, em Salvador, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O 1º Eflac aconteceu em Bogotá, na Colômbia, em 1981, e contou com a participação de 189 mulheres de 19 países diferentes. A última edição foi realizada no Peru, em 2014. “Vem sendo crescente a participação de mulheres, assim como a diversidade dos olhares e experiências de novas correntes no interior do movimento feminista”, destaca a Comissão Organizadora.

A escolha do Uruguai como sede para o encontro deste ano está relacionada ao fato de que há 11 anos não se faz um Eflac no Cone Sul – na classificação tradicional, região composta por Argentina, Chile e Uruguai –, o que impedia a participação de muitas mulheres por causa do alto custo das passagens aéreas. Além disso, segue destacado no site do evento que o país uruguaio é um dos que, nos últimos anos, mais tem avançado no reconhecimento dos direitos das mulheres.

As mulheres interessadas podem se inscrever através de um formulário disponibilizado no site. Há diferentes opções de inscrição, com inclusão de hospedagem, café da manhã, almoço e lanches. De acordo com Maria do Socorro, há cotas para cada país. No caso do Brasil, foram disponibilizadas 300 vagas e até o momento do fechamento da matéria, 220 já haviam sido preenchidas. “A estimativa é receber 1.500 mulheres no total. As atividades contemplam mesas temáticas nos turnos da manhã e grupos de atividades nos turnos da tarde”, destaca.

A Comissão de Organização diz que o Brasil é parte importante no Encontro. “Por conta da sua rica miscigenação, diversidade e pluralidade no ser e fazer feminismo. É parte dos países que marcam o acúmulo na agenda política dos direitos humanos numa perspectiva feminista.”

O lema deste ano é Diversas, mas não dispersas. “O 14º Eflac é marcado por inúmeros desafios e a denominação Diversas, mas não dispersas nos convida a valorizar a importância da nossa diversidade e a avançar na estratégia  do feminismo como um projeto revolucionário de sociedade, a enfrentarmos o racismo numa América Latina Democrática e a disseminar o feminismo como pensamento político crítico”, finaliza Maria do Socorro Almeida.

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