Confira o perfil do político eleito baseado no discurso de ódio
Por Brasil de Fato
Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), foi eleito presidente da República. A posse será realizada no dia 1º de janeiro, em Brasília. Confira abaixo o perfil do político que superou Fernando Haddad (PT) nas eleições 2018, baseado no discurso de ódio e sustentado pela propagação de notícias falsas pelo Whatsapp.
Jair Bolsonaro é militar da reserva e deputado federal há 27 anos. Antes de se candidatar à presidência da República, estava em seu sétimo mandato na Câmara dos Deputados, eleito todas as vezes pelo Partido Progressista (PP). Apenas em 2018, integrou-se ao PSL.
Nascido em 21 de março de 1955 na cidade de Campinas, interior de São Paulo, Bolsonaro é filho de Perci Geraldo Bolsonaro e de Olinda Bonturi, descendentes de famílias italianas. Foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército e formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), em 1977. Seis anos depois, formou-se no curso de Educação Física do Exército. Também cursou a Brigada de Paraquedismo do Rio de Janeiro.
O político da extrema direita casou-se três vezes. Entre 1993 a 2001, com a vereadora Rogéria Nantes Nunes, com quem teve três filhos: Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal no último pleito, Flávio Bolsonaro, eleito senador, e Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro. Após se separar, casou com Ana Cristina Vale, com quem teve outro filho, Renan Bolsonaro, de 20 anos. Em 2013, casou-se com Michelle de Paula Firmo Reinaldo, com quem tem uma filha.
Ao longo de seus sete mandatos no Congresso, teve apenas dois projetos aprovados: uma proposta que estendia o benefício de isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para bens de informática e um projeto de lei que autorizava o uso da chamada “pílula do câncer” – barrado posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente eleito tem o General Hamilton Mourão como vice.
Ao declarar o seu voto no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o então deputado federal fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamando-o de “o pavor de Dilma Rousseff” – por ter comandado as sessões de tortura contra a ex-presidenta, presa durante a ditadura militar.
Desde o início das eleições, Bolsonaro foi alvo da campanha #EleNão, que mobilizou milhões de pessoas pelo país. O militar reformado é conhecido por sua posições polêmicas, como por exemplo, a defesa dos militares, do porte de arma, além de declarações preconceituosas e discriminatórias contra negros, mulheres e homossexuais.
Na reta final do segundo turno, reportagem investigativa publicada pela Folha de S. Paulo denunciou que empresas compraram pacotes de disparos em massa de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores (PT) no WhatsApp, beneficiando diretamente Bolsonaro.
O PT entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral no TSE, para que se investigue a chapa de Bolsonaro por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Se a ação chegar às suas consequências finais, o mandato de Bolsonaro poderá ser cassado.
(Foto: Fernando Bertolo)