Segundo Athayde Motta, membro da executiva da Abong, o projeto sinaliza para o começo de novas perspectivas, que podem se tornar parte de um novo modelo, como as práticas que começam em comunidades, em formato de pequenos projetos, no interior e na área urbana
Por Edna Nunes, da Cardume(*)
Representantes de organizações não governamentais (ONGs) e movimentos da sociedade civil de vários estados brasileiros se concentram nos dias 23 e 24/10, no hotel Beira Rio, para tratar sobre a Amazônia e seus povos em resistência para a construção de alternativas de um mundo possível. O debate acontece ao longo do Seminário Regional Norte do projeto “Novos paradigmas para um outro mundo possível”, uma iniciativa da Associação Brasileira de ONGs (Abong) junto à ISER Assessoria, com o objetivo de refletir e apontar caminhos que possam mudar de forma radical e urgente os rumos de práticas predatórias do meio ambiente e das condições que sustentam a vida na terra.
Segundo Athayde Motta, membro da executiva da Abong, o projeto sinaliza para o começo de novas perspectivas, que podem se tornar parte de um novo modelo, como as práticas que começam em comunidades, em formato de pequenos projetos, no interior e na área urbana. Como exemplo, cita a economia solidária, por não visar unicamente o lucro – em termo de acúmulo de renda – e a exploração de pessoas, do território e da natureza, assim como a agricultura ecológica e projetos com métodos alternativos de energia.
Athayde lamenta as tentativas de criminalização das ONGs, do Movimento Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) por meio do atual governo federal e a falta de abertura para discutir com a sociedade civil. Diante disso, está em fase de construção uma campanha de reafirmação do ativismo como prática saudável e tradicional no Brasil.
Ivo Lesbaupin, da ISER Assessoria, afirma que para a construção de novos paradigmas só será possível a partir da difusão das alternativas, o que tem acontecido por meio de trocas de conhecimentos com realizações de seminários públicos, publicações de livros e cartilhas, e elaboração de banco de dados de práticas alternativas. São informações postadas nos sites da Abong, Iser Assessoria e nas organizações parceiras.
Para ele, essa mobilização revela a resistência das ONGs, sobretudo, por causa do desmando total do atual governo, “porque está liberando queimada, a expansão do agronegócio, sem nenhum direito para os povos originários, ribeirinhos e quilombolas, o que tem feito as ONGs uma das áreas de proteção em defesa desses povos e situações ambientes, levanto o governo criminalizá-las.”
Serviço
Seminário Regional Norte do projeto “Novos paradigmas para um outro mundo possível”
Local – Hotel Beirra Rio, Bernardo Sayão, Guamá.
Hora: 9h às 18h, com intervalo para almoço às 13h.
Contato: Assessoria de Comunicação (91) 99125-1103.
Programação: bit.ly/
(Foto: Uchoa Silva)
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(*)CARDUME – Comunicação em Defesa de Direitos é uma rede que reúne organizações e movimentos da sociedade civil para ações articuladas de comunicação que potencializem a promoção e defesa de direitos e bens comuns.