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Proposta é auxiliar a cobertura jornalística e difundir orientações à sociedade sobre acesso a serviços e direitos.

Contatos de especialistas, dados e pesquisas nacionais sobre os diferentes tipos de violência contra as mulheres estão agora disponíveis em uma plataforma multimídia on-line. Lançado pelo Instituto Patrícia Galvão, nesta quarta-feira (05), o Dossiê Violência contra as Mulheres  tem o objetivo de agregar e difundir informações à sociedade acerca do problema, bem como orientar a população quanto ao acesso a serviços e direitos.

A primeira versão da plataforma apresenta um vasto material sobre seis diferentes formas de violação à integridade das mulheres e aos direitos humanos: violência doméstica e familiar; sexual; associada ao racismo ou motivada por discriminação à identidade de gênero e/ou orientação sexual da vítima; e feminicídio. O acervo da plataforma, já vasto, pode receber novas contribuições – através email informado na página – e ampliar ainda mais a discussão e acesso à informações.

A expectativa do Instituto é que as pessoas cruzem fontes, pesquisas e conceitos para desnaturalizar alguns comportamentos já enraizados na sociedade e que dão vazão à situações de violência contra a mulher. “[Queremos] que ajude a dar visibilidade à violência e às medidas que são necessárias, seja para atender alguém que está em situação de violência, em caso imediato, e, ao longo prazo, agir para a prevenção, e desfazer estas relações naturalizadas que autorizam violência”, explica a jornalista Débora Prado, que coordenou a elaboração da ferramenta.

Imprensa

A proposta de compilação destes materiais sob a perspectiva de gênero também servirá para reduzir, ou mesmo transformar, a forma como muitos veículos de imprensa lidam com o problema. Segundo Débora, como parte da sociedade, muitos jornalistas tratam o problema de forma estereotipada e culpam a mulher pela situação vivida.

“Em algumas matérias do caso de violência doméstica, que já é uma violência bastante conhecida, que tem a Lei Maria da Penha, muitas vezes, chega na hora da entrevista e [o jornalista] pergunta para a mulher que está nesta situação ‘ah, mas porque você não se separa?’. Isso mostra que se joga para a mulher a responsabilidade de sair de uma situação de violência. São várias questões envolvidas quando a gente está falando de violência em relações íntimas. Se joga para o comportamento da mulher a responsabilidade ou da violência ter acontecido ou por não encerrar a violência”, diz a jornalista.

A culpabilização se reflete amplamente na sociedade. Presente no dossiê, a pesquisa “Violência contra a Mulher e as Práticas Institucionais”, realizada pelo Projeto Pensando o Direito, da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, aponta que um número considerável de mulheres agredidas (9%) ainda se consideram culpadas pela violência que sofreram.

Segundo Débora, outro ponto bastante comum na imprensa é ver manchetes do tipo “Perdeu a cabeça por amor e matou a esposa”, que criam uma desculpa para o agressor e minimizam a gravidade dos episódios de violência. “Às vezes, se coloca a responsabilidade do ato de violência no álcool e nas drogas. No fundo, nada pode ser desculpa. Nem o ciúmes, nem o álcool, nem as drogas. A responsabilização da violência tem que ser de quem cometeu”, diz.

Fonte: Brasil de Fato

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