O Mapa das Desigualdades de Brasília foi lançado pelo Movimento Nossa Brasília, no final de 2016, revelando as várias cidades dentro da capital federal
Qual o nível de desigualdade em sua cidade? O acesso a serviços públicos como transporte, saúde, educação e equipamentos culturais é amplo e democrático? O problema vai além da distribuição de renda e isso pode ficar claro na construção de um mapa de desigualdades. Para facilitar a vida de cidadãos, coletivos e instituições públicas, foi criado o Guia orientador para a construção de Mapas da Desigualdade nos municípios brasileiros, uma importante ferramenta para reunir indicadores sobre as questões existentes em seu município.
O guia mostra como a desigualdade se revela nos centros urbanos brasileiros, como abismos que separam regiões extremamente pobres de lugares que têm índices de países desenvolvidos. “É como se Japão e Serra Leoa convivesse lado a lado, inseridos no mesmo território.”
O Mapa da Desigualdade de São Paulo foi um dos primeiros a ser produzidos no Brasil. Elaborado há cinco anos pela Rede Nossa São Paulo, o mapa revela que 31 dos 96 distritos da cidade não têm leito hospitalar. Em 34, não há parques; em 36, não há bibliotecas. Quem mora em Cidade Tiradentes, na zona leste da capital paulista, tem um tempo médio de vida de 53,8 anos, enquanto que no Alto de Pinheiros, região nobre da zona oeste, o índice sobe para 79,6 anos.
No ano passado, foi produzido o Mapa das Desigualdades de Brasília, revelando que a capital federal tem oferta desigual de serviços e políticas políticas públicas, contribuindo para amplificar a distância entre o centro (Plano Piloto) e a periferia.
O Mapa das Desigualdades de Brasília foi elaborado pelo Movimento Nossa Brasília em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Oxfam Brasil. Os dados foram levantados no IBGE, na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) da Codeplan do DF, e no Fundo de Apoio à Cultura (FAC), também do DF.
>> Confira a íntegra do estudo Mapa das Desigualdades de Brasília 2016!
Todos os dados levantados alimentam a Plataforma Cidades Sustentáveis e são publicados online, ficando disponíveis para consulta e uso pela sociedade civil para incidência com o poder público em temas que envolvam direitos e políticas públicas nas cidades.
Todas as informações reunidas pelos mapas de desigualdades produzidos em diferentes cidades reforçam a importância do enfrentamento à desigualdade na esfera pública e a necessidade de políticas que priorizem os investimentos em locais que mais precisam de recursos.
A Plataforma Cidades Educadoras conversou com Clara Meyer, coordenadora de Indicadores do Programa Cidades Sustentáveis, sobre o desenvolvimento do Guia e produziu um passo a passo metodológico para as cidades interessadas em produzir seu Mapa da Desigualdade.
São sete passos, que vão do levantamento de indicadores e seleção dos dados por região da cidade ao cálculo do desigualtômetro e avaliação das regiões. Confira aqui!
Fonte: Inesc