Projeto visa a motivar para o desenvolvimento de práticas alternativas ao modelo dominante a partir da identificação e visibilização de experiências já existentes em países como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru
Por Kaique Santos, do Observatório
Pretendendo ser uma plataforma de motivação para a criação de novas alternativas de desenvolvimento ao modelo atual de desenvolvimento produtivista e de consumo, o Almanaque do Futuro é um projeto de autoria do economista e geógrafo Jorge Krekeler, lançado em 2015, com apoio da Misereor, semelhante ao Banco de Práticas Alternativas – iniciativa da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) em parceria com sua associada Iser Assessoria.
Foi durante seminário realizado pelas duas organizações, em junho de 2016, que o Almanaque do Futuro foi apresentado. Jorge Krekeler também é assessor temático da Misereor. Ele explica que as permanentes crises que ocorrem no planeta entraram em conjunção ameaçadora com as consequências do atual modelo de desenvolvimento. “E as consequências foram as mudanças climáticas, o aumento das desigualdades econômicas e sociais, degradação ambiental e extrativismo. Trata-se de um desenvolvimento para poucos à custa do empobrecimento de um número cada vez maior de pessoas e do planeta terra.”
Atualmente, o Almanaque do Futuro já conta com 24 experiências, de quatro diferentes países: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Há iniciativas sobre economia solidária, alimentos saudáveis, habitação, cinema e outras. “Temos encontrado realmente uma riqueza de alternativas e experiências”, comemora Krekeler.
A Plataforma reúne todas elas em formato de artigos, com fotos, em três idiomas: espanhol, alemão e inglês. Os conteúdos podem ser baixados.
O Almanaque conta ainda com uma rota metodológica para pessoas facilitadoras. A rota, segundo Krekeler, é uma ferramenta que permite que pessoas interessadas trabalhem a partir de seus processos formativos, organizativos, reivindicativos e reflexivos na construção de um futuro no presente. “O almanaque busca diminuir a distância entre a existência dessas experiências e a limitada acessibilidade de informação motivadora acerca delas”, afirma.