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Mais de 10 mil denúncias em todo o estado e quase 5 mil só na cidade do Rio de Janeiro dão as dimensões da violência doméstica contra a mulher, tendo como resultado um terço dos inquéritos policiais abertos em nível estadual, dos quais a maior parte – 50% – na Baixada Fluminense. Por isso, A cartilha Conhecendo um Pouco Mais da Lei Maria da Penha, foi lançada no dia 16, voltada para os jovens, com informações sobre como agir nessas situações.

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A cartilha Conhecendo um Pouco Mais da Lei Maria da Penha

As mulheres mais atingidas pela violência doméstica têm idade entre 19 e 30 anos e os homens agressores, entre 31 e 40 anos. Tudo isso é também tema do debate promovido também hoje pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), sob o tema Violência Doméstica contra as Mulheres: a Importância das Ações para a Prevenção, para discutir a aquela lei, em vigor há quase nove anos.

Para a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAO Violência Doméstica), Lúcia Iloizio Barros Bastos, ainda ocorrem alguns entraves para a efetivação completa da Lei.

“A Lei Maria da Penha está em vigor há nove anos e, ao longo desse período, pudemos acompanhar a instalação de diversos serviços especializados de atendimento à mulher que se encontra em situação de violência doméstica familiar.” Lúcia reconhece que ainda faltam melhorias na estrutura desses equipamentos e acrescentou: “muitos profissionais são mantidos por meio de convênios e falta aprimoramento. “As polícias, de um modo geral, vêm se capacitando para prestar melhor atendimento, e todas as instituições estão em uma crescente mobilização para a questão do enfrentamento a essa forma de violência”, disse Lúcia. Segundo ela, já foram feitos avanços importantes que não podem ser desconsiderados.

Para ela, é importante a repressão a esses crimes para a melhor tutela da mulher que se encontra nessa situação .É preciso, porém, que o Estado observe também a necessidade de adotar outras medidas de de prevenção, ações informativas e orientações para homens e mulheres. “Poderíamos estar melhor, por exemplo, se focássemos também em orientações voltadas um pouco mais para uma linguagem masculina, de compreensão desse fenômeno, de forma a evitar mais práticas de dominação em relação a mulheres.”

De acordo com Lúcia, esté o momento de investir mais nesse campo. “Temos de conjugar ações de prevenção e de repressão e é necessário que todas as instituições que trabalham com essa temática se unam para fazer um esforço coletivo.”

Durante o percurso das ações desenvolvidas em prol da mulher, o MP percebeu um aumento da violência entre o público jovem e por isso desenvolveu essa cartilha, que ensina os recursos da Lei Maria da Penha através de uma história em quadrinhos. A atuação do órgão e a disseminação dessa informação estão sendo desencadeadas através de visitas a escolas, em ações sociais e seminários.

“Esse tipo de violência tem sido recorrente.  O tema dessa história é baseado em um fato real. Esse contexto de dominação, ele é muito cultural e vai passando de geração em geração. Tais comportamentos são na verdade aprendidos pelos jovens.  Essa situação também se encontra presente quando os jovens iniciam seus relacionamentos”, disse a coordenadora.

Fonte: EBC

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