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Por Avante 

Fomentado pelo projeto É Dia de Feira Solidária, a CooperFeira Novo Sabor, além de difundir os fundamentos da economia solidária em uma das maiores feiras livres da América Latina, São Joaquim, em Salvador, vem também mudando a vida de quem dela participa.  Para Carmem Lucia Barbosa, por exemplo, como ela mesma diz, foi como voltar ao jardim de Infância. “Aprendemos muito mais do que aproveitar refugos da feira e transformá-los em produtos de qualidade, eu aprendi a viver de novo”, disse.

Viver de novo para Carmem Lucia significou deixar uma vida profissional sem perspectivas, que estava prestes a lhe causar danos à saúde. “Fui levada por minha irmã como uma maneira de não adoecer”, conta. O jardim de infância, explicou a mulher de 54 anos, foram todos os cursos dos quais participou durante o processo de criação do empreendimento solidário. “Não aprendemos apenas a fazer frutas secas, doces e outros produtos, mas passamos por um processo de reeducação. Aprendi a conviver com pessoas diferentes, o que me obrigou a mudar muito. Aprendi a ouvir e a dar voz às pessoas”, conta.

Ela, agora, é uma das lideranças do grupo que forma a cooperativa e essas mudanças continuam a transformar sua vida. “Estou crescendo a cada dia, junto com o grupo e a vontade é de crescer mais”. Crescer mais não representa apenas a expansão dos negócios da CooperFeira Novo Sabor, que está em vias de ver seus produtos sendo vendidos em supermercados e outros pontos fora da feira de São Joaquim. Para a ex-dona de casa, crescer significa também ir muito além do “jardim de infância”. “Estou com planos de voltar a estudar e chegar à universidade”, revela.

Se para Carmem Lúcia, a cooperativa, a princípio, foi uma fórmula para não adoecer, para Ana Célia dos Santos, 53 anos, foi uma cura. A mãe de dois filhos, que trabalhava, antes, com o irmão na feira, vendendo cereais e complementava sua renda vendendo perfumes e roupas, como ambulante, sofria de “falta de alegria”. “Depressão mesmo; tinha um vazio profundo para ser preenchido”, conta.

Como muitas das participantes, a sua visão de futuro em relação à Novo Sabor era de desconfiança. “Fui mais para ocupar minha cabeça, porque não tinha ânimo para nada, mas vieram os cursos, as psicólogas, as aprendizagens e eu me vi crescendo outra vez. Hoje já não tomo mais remédio, minha cura veio pelo crescimento, preenchi o vazio e me tornei alegre outra vez, o que fez bem não só para mim, mas para meus filhos e meu companheiro, que tem uma mulher renovada”, relata, demonstrando toda sua gratidão ao grupo de especialistas da Avante – Educação e Mobilização Social, que acompanhou as cooperadas durante o processo de implementação e formação do grupo para a gestão do negócio.

Até quem já tinha uma vida empresarial estabelecida, também foi beneficiado pelo processo de aprendizagem que faz parte da história de quase três anos da Novo Sabor. É o caso de Antônio Marcos Nascimento Silva. Com 46 anos, ele é proprietário de um antigo deposito de frutas na feira, o qual entrou em nova fase com sua participação na coopoerativa. “As meninas passavam e me chamavam para as reuniões, eu não dava importância. Um dia decidi ir e foi a melhor coisa que fiz”, conta.

Para Antônio Marcos foi a escola de administração que ele não pode ter na vida. “Desde pequeno trabalhando na feira, a gente pensa que sabe de tudo, mas vender não é só colocar produtos na prateleira, e isso fui aprender lá”, disse. Os conhecimentos adquiridos são por ele utilizados não só na cooperativa, onde é um dos cooperados, mas também no seu depósito de frutas. “Agora vendo mais, porque aprendi a lidar com clientes, com pessoas, porque elas precisam ser conquistadas a cada dia e isso está me fazendo crescer junto coma a Novo Sabor”.

A CooperFeira Novo Sabor surgiu em 2013, fomentada pela Avante – Educação e Mobilização Social, com apoio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE), por meio do edital de Apoio a Projetos na Área de Reciclagem. Para realizar o projeto, a Avante contou com sua experiência na área de economia solidária, reconhecida por meio de projetos como Grãos e Florescer, que contribuíram para a formação de empreendimentos associativos solidários na cidade de Salvador.

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