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Em capitais, muros amanhecem pichados “contra o genocídio da juventude negra”

O Levante Popular da Juventude coordenou a ação que ocorreu nesta madrugada em São Paulo, Bahia e Ceará. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte também serão alvos do mesmo tipo de protesto ainda nesta segunda-feira (17). Movimento pede, também, o fim dos autos de resistência, e que a presidenta se posicione sobre a chacina em Belém, no Pará

Por Igor Carvalho, da Revista Fórum

levante-baContra o “genocídio do povo negro”, membros do Levante Popular da Juventude picharam muros em São Paulo, Fortaleza e Salvador, na madrugada desta segunda-feira (17). Ainda hoje, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte serão alvos da mesma iniciativa.

A ação coordenada começou em São Paulo, onde o movimento cobrou uma resposta da presidenta sobre a chacina em Belém do Pará, realizada no último dia 5 de novembro, que terminou com nove mortes oficializadas. Porém, a população local alega que o número é maior.

“Chacina em Belém, Dilma posicione-se. Contra a morte da juventude negra”, dizia a mensagem cravada no muro principal do Cemitério da Consolação.

Na Bahia, a ação ocorreu na avenida João Angélica, no centro de Salvador, tradicional ponto de encontro do movimento negro do estado. O muro da Universidade Federal do Ceará também amanheceu com a mensagem deixada pelo Levante, a mesma grafada pelos baianos: “Levante contra o genocídio da juventude negra”.

Em nota, o Levante Popular da Juventude explicou a ação: “Deixamos nossas marcas nas ruas neste 17 de novembro  de 2014 em memória à vida de cada um dos jovens, em sua maioria negros, executados pelas polícias brasileiras”.

Números divulgados no 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) foram utilizados para justificar o discurso de genocídio da população negra. “Ser negro no Brasil é ter 3,7 mais chances de morrer de forma violenta.  Os números da violência só crescem em nosso país. De 2009 a 2013, subiu de 44.518 para 53.646 o número de homicídios. Entre todas essas vítimas, 36.479 eram jovens negros, ou seja, 68% do total de mortos”, explica o Levante.

O movimento também lembrou a tragédia em Belém e, dessa vez em nota, cobrou a presidenta. “O genocídio do povo negro é uma realidade tão naturalizada em nosso país que, até a data de hoje, a presidenta Dilma Rousseff não prestou nenhum esclarecimento público sobre o ocorrido e não demonstrou nenhuma intencionalidade em pressionar o estado do Pará ou mobilizar para que os órgãos federais investiguem os crimes”, declarou.

Na nota, o Levante faz quatro exigências: “A imediata aprovação do PL 4471, que determina o fim dos Autos de Resistência no Brasil; posicionamento da presidenta Dilma Rousseff sobre as mortes ocorridas no Pará; a imediata investigação da chacina ocorrida no Pará no dia 5 de novembro; e o combate concreto e permanente ao genocídio do povo negro”.

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