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Igor, 18 anos, que ganhou nova vida após passar pela Fundação Casa, encontrou apoio, trabalho e dignidade: ‘Basta alguém dar oportunidade’

Igor, ex-infrator, hoje, aprende o oficio de mecânico. 'Como aconteceu comigo, outras pessoas também podem'
Igor, ex-infrator, hoje, aprende o oficio de mecânico. ‘Como aconteceu comigo, outras pessoas também podem’

São Paulo – Igor, de 18 anos, é um jovem que tinha tudo pra dar errado. Cresceu vendo os pais consumido crack dentro de casa. Começou a usar a droga com 15 anos e também passou a atuar como traficante e, por isso, cumpriu, mais de uma vez, medidas socioeducativas, na Fundação Casa. Após o período de internação, encontrou apoio para retomar a vida em comunidade.Hoje, trabalha em uma oficina mecânica.

A história desse jovem poderia ter sido bem diferente se ele tivesse parado na cadeia antes dos 18 anos, como prevê o polêmico Projeto de Lei discutido na Câmara dos Deputados que reduz a maioridade penal.

“A situação de vida era muito difícil, mesmo. A droga que eu usava, era bem complicado, difícil de sair. Eu só parei, mesmo, porque fui parar lá dentro, senão, não teria parado”, contou Igor ao repórter Jô Miyagi, do Seu Jornal, da TVT.

“Todo adolescente precisa de oportunidade. Eles deviam confiar mais um pouco”, lamenta Igor, e acrescenta que se um jovem de 16 anos for julgado e condenado como um adulto, não poderá contar com a chance que ele teve. “Se ele chegar a cair, não vai ter mais oportunidade nenhuma.”

Reza o senso comum que a recuperação de jovens infratores, como Igor, é quase impossível. Sandro Cardoso vai na contramão: ele faz parte da Pastoral do Menor, da Igreja católica, é dono de uma oficina mecânica e decidiu dar uma oportunidade para Igor.

“Tem que dar essa oportunidade pra ele, porque ele erra e acerta, como todo o mundo, como todo jovem”, afirmou o mecânico, que conta que sofre resistência na comunidade e que alguns clientes reprovaram sua iniciativa.

Ao contrário do que muitos pensam, um jovem infrator é punido por seus atos contra a Lei, mas em forma de educação, não apenas com a privação de liberdade. Na Fundação Casa, Igor aproveitou o período socioeducativo para estudar, fazer cursos de pizzaiolo, informática e decoração de festas.

Tanto para o mecânico, quanto para o aprendiz, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos é um grande erro que pode piorar a situação dos jovens infratores.

“O Igor passou por um ano e três meses na fundação. Se ele fosse para o sistema penitenciário, ele não ia ter escola, curso profissionalizante, não ia ter esporte e não ia ter cultura. Ia só ser privada de liberdade”, opinou Sandro.

Igor pede que outros jovens tenham a mesma oportunidade dada a ele. “Só peço que eles acreditem mais um pouco na gente. Porque, como aconteceu comigo, outras pessoas também podem, basta alguém dar oportunidade.”

Assista a reportagem completa do Seu Jornal, da TVT:

Fonte: Rede Brasil Atual

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