Palavras de ordem como ‘Fora Temer’ e ‘Nenhum Direito a Menos’ deram o tom da caminhada que cortou o centro de Porto Alegre
Por Nicolau Soares, do Observatório
Centenas de pessoas se reuniram na Marcha dos Povos em Resistência, que aconteceu no fim da tarde desta terça-feira (17), em Porto Alegre (RS). A caminhada marca o início do Fórum Social das Resistências, que reúne movimentos sociais, sindicatos, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e ativistas de todo o mundo para discutir formas de combater o avanço conservador que se desenha em vários países.
A concentração começou por volta das 17h, no Largo Glênio Peres. Bandeiras de centrais sindicais e movimentos marcavam o cenário, junto com músicas puxadas por uma bateria de escola de samba. As críticas ao governo golpista de Michel Temer e às reiteradas tentativas de cortes em direitos sociais dominaram os discursos, com palavras de ordem como “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos”.
As falas também lembraram o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, preso na manhã de terça em São Paulo pela Polícia Militar, que expulsou 700 famílias de um terreno na zona oeste de São Paulo.
A marcha iniciou às 18h30 e ocupou uma via da Av. Borges de Medeiros, cruzando o centro da cidade em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa. Na chegada à Av. Loureiro da Silva, no entanto, a marcha se deparou com a Feira Modelo, que acontece às terças no local. Segundo a organização do evento, os feirantes deveriam liberar o local às 19h para dar lugar à programação do Fórum, o que acabou não acontecendo. Depois de cerca de uma hora na Rua José do Patrocínio, a marcha acabou por dispersar.
As atividades continuam até sábado (21) e em vários espaços da cidade, com a programação principal se concentrando no Parque Redenção (confira a programação). Nesta quarta, as atenções se voltam para o Auditório Araújo Viana, onde ocorrem mesas de análise de conjuntura mundial (pela manhã) e latino-americana (tarde). Na manhã de quinta, plenárias temáticas buscarão definir os principais desafios e caminhos de ação de cada movimento. Estes apontamentos serão depois lidos e debatidos na Assembleia dos Povos e Movimentos em Resistência, que acontece às 14h, no auditório Araújo Viana, e buscara convergências na luta contra os retrocessos.
A Abong estará presente em várias atividades ao longo do FSR. Hoje, às 18h, a Associação participa da Roda de Conversa “Fé e Política em Tempos de Resistências”, na Tenda dos Direitos Humanos, no Parque Redenção.
Amanhã, a Abong participa da organização da Plenária dos Direitos Humanos, na tenda de mesmo nome, no Parque Redenção, às 9h. No mesmo horário, a Associação também marca presença na Plenária Comunicação e Cultura de Resistências, no Auditório do SindBancários.
Na tarde de quinta, acontece ainda o debate “Cinema e Culturas de Resistências”, com os cineastas Silvio Tendler, Tatá Amaral, Eliana Caffe e Joel Zito, às 18h, no Cinema SindBancários.
No dia 20, a Abong realiza, em parceira com o Processo de Articulação e Diálogo (PAD) e a Articulação de Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil, duas Rodas de Diálogo para discutir o papel das agências de cooperação internacional no contexto atual das OSCs brasileiras. Às 9h, acontece a Roda de Conversa “A situação das OSCs na conjuntura pós-golpe”. Após o almoço, acontece o debate continua com a Roda “As perspectivas da cooperação internacional na luta por direitos no atual contexto global e nacional”. As duas atividades serão na Tenda dos Direitos Humanos.
(Foto Destaque: Reprodução / Facebook)