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Sétima edição da pesquisa bienal apresenta um retrato do investimento social no Brasil e as principais tendências identificadas para o setor, tendo como base associados do GIFE

Para produzir dados confiáveis sobre a atuação de organizações da sociedade civil, o GIFE acaba de lançar o “Censo GIFE 2014”. Principal pesquisa sobre investimento social privado no Brasil, a sétima edição da publicação informa quanto e como se investe no Brasil e quem são as empresas, fundações e institutos de origem empresarial, familiar, independente e comunitária, que investem recursos privados em ações de finalidade pública, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade brasileira.

Este ano, o Censo GIFE teve o maior índice de participação desde que foi lançado, em 2001. Participaram 113 organizações associadas ao GIFE – o equivalente a 90% da base de associados do grupo no momento da pesquisa. Juntos, eles investiram cerca de R$ 3 bilhões na área social, em 2014.

Nesta edição, a pesquisa evidencia o conjunto de relações estabelecidas pelos investidores sociais, incluindo parcerias de coinvestimento e articulação com políticas públicas. Ao apresentar as principais tendências e mudanças na prática dos maiores investidores sociais privados do país, o Censo GIFE dá suporte ao planejamento e estruturação dos investidores e ao setor do investimento social e da sociedade civil como um todo.

Outra dimensão incorporada ao Censo GIFE 2014 está relacionada à percepção das organizações sobre a sua própria atuação. Os associados avaliaram o próprio desempenho em aspectos como governança, avaliação e disposição ao risco e o compararam à percepção sobre o setor como um todo.

O documento também conta com mais uma novidade: a seção de artigos, que reúne leituras sobre temas específicos que convidam à reflexão sobre informações do Censo a partir de diferentes perspectivas. O artigo de Andre Degenszajn, secretário-geral do GIFE, por exemplo, propõe um debate inovador sobre a sensível relação entre os investidores sociais e as organizações da sociedade civil.

A publicação foi possível graças ao patrocínio do Santander, da Fundação Telefônica Vivo, do Instituto C&A e do Instituto Unibanco. Além disso, contou com a parceria do Instituto Paulo Montenegro, instituição ligada ao Ibope.

11 pontos de destaque do Censo GIFE 2014

  1. O percentual de doações sobre o montante investido pela rede de associados do GIFE alcançou 25%, o que significa que, em 2014, foram doados R$ 760 milhões a organizações da sociedade civil.
  2. A maior parte das organizações investe a partir de uma combinação entre doação a terceiros e execução direta de projetos, ainda que em proporções desiguais. Os doadores (que doam mais de 90% dos seus recursos) representam 18% da amostra e investiram 7% dos recursos totais do investimento social em 2014. Os executores (que operam diretamente mais de 90% dos seus recursos) são 37% e investiram 50% dos recursos. Já os híbridos (que investem entre 10% e 90% dos recursos em projetos próprios e doações) são 45% e investiram 42% dos recursos. Vale ressaltar que apenas 7% do total de recursos é investido por organizações que são predominantemente doadoras. A maior parte dos recursos é doado por organizações que também operam diretamente seus projetos, o que reforça a baixa representatividade de instituições que têm a doação como estratégia central de investimento.
  3. As doações não têm aumentado nos últimos anos.
  4. A doação é, com frequência, uma estratégia complementar de investimento em relação à operação direta, mas em poucos casos é preponderante (18%). Entre os perfis de organização, as empresas são as mais doadoras (50% das empresas dedica mais de 50% do seu orçamento a doações).
  5. O montante total repassado a organizações é significativo (R$ 760 milhões), mas conta com uma proporção importante de recursos incentivados (aproximadamente dois terços).
  6. A educação é a área temática com maior participação dos investidores sociais do campo privado no Brasil. De acordo com o Censo GIFE 2014, apenas 15% dos respondentes declararam não atuar nessa área. Entre as organizações que atuam na área, 50% têm como estratégia predominante a execução de seus próprios projetos, 23% predominantemente apoiam iniciativas de terceiros e 27% atuam de ambas maneiras.
  7. A escola pública é o foco da maioria das iniciativas desenvolvidas pelos respondentes que implementam ou apoiam programas na área de educação. 53% dos programas têm algum tipo de parceria com órgãos da administração pública direta, enquanto 44% têm parceria direta com escolas e instituições de ensino.
  8. 97% dos respondentes têm conselho formalmente constituído, com apenas três organizações indicando que não o têm. Isso aponta para a maturidade do setor em relação a sua governança. Dentre as organizações que possuem conselho, a média de membros alcança 13 pessoas, das quais 45% dão conselheiros internos, 24% externos e 31% independentes, sendo 73% homens e 27% mulheres. É possível perceber que o percentual de mulheres no conselho diminui à medida que a faixa de investimento da organização aumenta. As mulheres representam 36% dos conselheiros das instituições com investimentos de até R$ 5,99 milhões, proporção que decresce para apenas 16% nas organizações com investimentos com mais de R$ 50 milhões.
  9. Apenas 10% das organizações possuem mais de 100 funcionários dedicados ao investimento social.
  10. Em relação ao alinhamento do investimento social ao negócio, mais de 60% dos respondentes tem a percepção de que influenciam positivamente a empresa mantenedora. 80% das organizações consideram que influenciam as empresas em relação a seus princípios e valores, 77% delas dizem contribuir para a melhoria do diálogo com a comunidade do entorno e 63% dizem influenciar a forma com que a empresa se comunica com o público em geral. Além disso, 63% das organizações influenciam a implementação de programas voltados aos colaboradores da empresa mantenedora. Quanto aos aspectos operacionais, 28% dos institutos e fundações dizem influenciar os processos produtivos e 45% os procedimentos adotados com fornecedores e clientes.
  11. Em relação a transparência, quanto mais estratégica é a informação, menos é divulgada de forma pública. 96% dos respondentes divulgam em seus sites ou outros veículos de acesso público informações sobre áreas de atuação, 92% divulgam a missão e visão da organização, 81% sua estratégia de atuação e 80% seus relatórios de atividade. No entanto, apenas 19% publicam o estatuto da organização, 56% publicam a composição do seu conselho deliberativo e somente 35% divulgam os resultados das avaliações de projetos.

Fonte: GIFE

 

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