311 mil estudantes e 74 mil docentes da rede pública serão afetados pela medida do governo estadual
O Governo do Estado de São Paulo (PSDB) pretende implementar no início do ano que vem um novo modelo de escolas da rede pública, baseado por ciclos de ensino. A mudança representará o fechamento de 94 escolas em todo o estado, 24 na capital.
Das 94 , 66 já têm o novo uso definido e poderão abrigar unidades de ensino técnico ou ainda virar creches e escolas municipais, transferindo a responsabilidade para as gestões locais. As outras 28 ainda têm destino incerto.
O Estado possui 5.147 escolas, com 3,8 milhões de alunos. Ainda não foi divulgada a lista com o nome das escolas que sofrerão mudanças da reorganização. Serão 754 escolas de ensino único e as escolas em dois ciclos passarão de 3.209 para 2.635. Com os fechamentos de unidades anunciados, 311 mil estudantes serão afetados. A mudança atinge ainda 74 mil professores.
Crítica
Professores, estudantes e familiares tem se mobilizado contra a proposta. Para a estudante A. , do 9º ano do Colégio Américo Brasiliense, em Santo André, sua escola é uma das melhores em ensino, mas precisa de organização: “minha escola é uma das melhores de Santo André, mas sofre com falta de ventiladores, cadeiras quebradas e principalmente a falta de água, nos banheiros e nos bebedouros”.
A estudante conta que estão sendo feitas reuniões e assembléias com alunos e professores que são contra a reorganização, mas os estudantes que apoiam a causa têm sofrido ameaças de professores, como notas baixas caso o aluno ou aluna falte.
Posição
Segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo a medida visa um melhor aproveitamento dos estudantes que, baseados em pesquisas do Idesp, de 2014, afirmam que escolas de segmento único, dos primeiros anos, possuem um rendimento 14,8% maior às demais, as dos anos finais um rendimento de 15,2% e as escolas do ensino médio um rendimento 28,4% superior.