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Crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos representam perto de 30% do total de casos de intoxicação por agrotóxicos notificados ao Ministério da Saúde no período entre 2007 e 2014. São 2.181 casos, segundo pesquisa conduzida por Larissa Mies Bombardi, professora no Departamento de Geografia da USP.

Em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail, comenta os efeitos das intoxicações por agrotóxicos entre adultos e crianças e esclarece, especificamente, as implicações do Ingrediente Ativo Acefato, o quinto em número de vendas no Brasil.

Larissa conta que desde que iniciou suas investigações sobre os impactos do uso de agrotóxicos no país, tem percebido que “de 20 a 25% das intoxicações notificadas, ano após ano, diziam respeito a crianças e jovens, com idade de 0 a 19 anos”. Do total das intoxicações analisadas por ela, grande parte, explica, refere-se a “motivos acidentais (primeiro lugar no tipo de circunstância que envolveu a intoxicação para a faixa etária de 0 a 14 anos).

Entretanto, um dado muito assustador é que o segundo motivo no número de intoxicações notificadas para a faixa etária mencionada é o de suicídio, que se concentra entre adolescentes de 10 a 14 anos. Neste período, mais de 300 adolescentes entre 10 e 14 anos fizeram tentativa de suicídio através da ingestão de agrotóxicos de uso agrícola”. Para ela, esses dados demonstram que “estamos diante de uma forma de violência silenciosa ou de uma epidemia silenciosa provocada pelo modelo agrícola que o país vem adotando”.

Clique aqui e leia a íntegra da entrevista concedida a Patrícia Fachin, do IHU On-line.

http://ihu.unisinos.br/entrevistas/547240-intoxicacao-por-agrotoxico-os-numeros-ja-sao-suficientemente-alarmantes-entrevista-especial-com-larissa-mies-bombardi

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