Em entrevista ao Observatório, Lindomar Terena, liderança da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, fala sobre a Semana de Mobilização Nacional e a luta pela demarcação de terras
Por Marcela Reis
A Semana de Mobilização Indígena, que começou ontem, tem o objetivo de dar visibilidade à luta diária dos povos indígenas pela demarcação de suas terras. Na madrugada desta terça-feira, os povos Guarani e Kaiowá, Terena, Kadiwéu e Kinikinau montaram o 11º Acampamento Terra Livre (ATL), na esplanada dos Ministérios em Brasília. A mobilização, que vai até dia 16, conta com delegações de mais de 200 povos indígenas de todo o país.
Em entrevista, Lindomar Terena, uma das lideranças indígenas da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), fala sobre a Mobilização Nacional:
Observatório – Qual a importância da Semana de Mobilização Indígena?
Lindomar Terena – Mostrar que os povos indígenas estão vivos, unidos e cientes que as leis brasileiras e o governo limitam os direitos indígenas e suas reivindicações, principalmente a demarcação de suas terras.
Quais os principais objetivos da Semana?
Cobrar do Estado a demarcação das terras indígenas. A lei inviabiliza o reconhecimento das terras e a demarcação delas. A bancada ruralista paralisa esse processo e os indígenas lutam para ter suas terras de volta.
Quais as maiores dificuldades que os indígenas encontram na luta pela demarcação das terras?
A grande dificuldade é a falta de vontade política para resolver o problema da não demarcação das terras dos índios e da não identificação dessas terras. A paralisação dessa reivindicação é como jogar mais combustível no fogo, as diversas mortes de índios nas regiões que estes ocupam continuam, e aqueles que lutam por seus direitos ainda são mortos.
Quais as atividades da Semana?
Hoje às 5h, os indígenas começaram a montar o 11º Acampamento Terra Livre, que foi inaugurado às 11h, em Brasília. E ainda hoje farão uma visita ao Supremo Tribunal Federal, para mostrar que estão lutando.
A luta dos povos indígenas está entre as iniciativas retratadas na nova reportagem do Observatório
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