Centrais sindicais comemoram adesão às manifestações contra medidas anunciadas pelo governo Temer, como reforma da previdência e corte de direitos trabalhistas
Do Observatório
Ao menos 13 estados receberam atos contra o governo de Michel Temer (PMDB) nesta quinta-feira (22). Os protestos compuseram o que as Frentes Brasil Popular e povo Sem Medo chamara de Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral e por Nenhum Direito a menos – apelidado de “Esquenta da Greve Geral”.
Aconteceram passeatas, manifestações e paralisações em cidades de Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Amapá, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Recife, Piauí, Ceará, São Paulo e Distrito Federal.
O secretário-geral da CUT nacional, Sérgio Nobre, participou da manifestação que reuniu 30 mil pessoas na avenida Paulista, em São Paulo. Ele alertou para os riscos da gestão comanda por Michel Temer. “Esse governo quer destruir a previdência para que os bancos possam oferecer esse serviço. Eles querem a reforma trabalhista para voltar ao período pré-Getúlio, vamos ter empresas sem trabalhadores. Não há um único trabalhador no Brasil que não tenha motivos para estar na rua, lutando por seus direitos”, encerrou.
Os movimentos destacam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos públicos em áreas como saúde e educação, e projetos de flexibilização da legislação trabalhista, reforma da Previdência e liberação para terceirizações em todas as atividades.
Também presente na Paulista, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, destacou a importância de fazer o ato naquele local, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma das principais apoiadoras do golpe que afastou a presidenta eleita Dilma Rousseff e abriu espaço para a agenda de Temer. “Esta manifestação hoje, neste local, é fundamental porque é aqui que se concentra o laboratório de maldades do capital”, afirmou Araújo.
Os sindicalista avaliaram positivamente a adesão aos atos, e pretendem continuar as mobilizando os trabalhadores para atos de resistência contra a agenda conservadora do governo Temer. “Foi muito boa a adesão às paralisações. O clima dos trabalhadores é de apreensão, pela perda de emprega e pela perspectiva de perda de direitos e salários. Deu para perceber que há uma vontade muito grande de partir para a greve geral, a assembleia geral aprovou a greve geral”, afirmou Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.