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Apresentação do trabalho coincidiu com a morte de Ustra. “Não há o que comemorar. Ele tinha de estar preso”, afirma sindicalista. Para ele, impunidade se reflete em chacinas recentes

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Após apresentação do relatório, militantes e dirigentes exibem seus exemplares/ Lidyane Ponciano

São Paulo – No penúltimo dia de seu congresso nacional, a CUT apresentou hoje (15) relatório da comissão da verdade da própria central, listando outros nomes de vítimas da ditadura e cobrando responsabilização de empresas que colaboraram com a repressão. A apresentação do trabalho coincidiu com a notícia da morte, aos 83 anos, do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais nomes ligados à tortura no regime autoritário. O anúncio foi feito em plenário pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi.

Não houve comemoração. “Não vamos fazer festa. Não vamos fazer como os que invadiram o velório do José Eduardo Dutra, fundador da CUT”, pediu Vannuchi. E não havia mesmo o que comemorar, mas a lamentar, afirma o secretário de Políticas Sociais da central (responsável pelo relatório, junto com o Centro de Documentação e Memória – Cedoc), Expedito Solaney. “Ele tinha de estar preso pelos crimes que cometeu. Muitos lutadores tombaram em suas mãos”, disse o sindicalista, para quem mesmo as chacinas de hoje refletem a impunidade dos agentes do Estado responsáveis por crimes de lesa-humanidade durante a ditadura. Impunidade garantida pela Lei da Anistia, acrescenta. “Até hoje eles se protegem por aí.”

O relatório da CUT traz 18 nomes de trabalhadores mortos que não foram incluídos no texto final da Comissão Nacional da Verdade. O foco é a morte em consequência da participação em manifestações. Entre eles, três vítimas de conflitos envolvendo polícia e trabalhadores rurais nas cidades paulistas de Leme e Guariba, nos anos 1980. A central também quer apurações de casos envolvendo garimpeiros em Serra Pelada, no Pará, em 1987. “Entendemos que o massacre de Serra Pelada deve ser foco de estudo, deve ser investigado e apurado.”

A entidade, que atuou com outras centrais na comissão nacional, insiste no pedido de que empresas reconheçam sua participação no financiamento a atividades de repressão durante a ditadura, inclusive em fábricas. Um nome destacado foi o da Volkswagen – segundo Solaney, a representação dos trabalhadores na empresa está se mobilizando para que isso aconteça. “O reconhecimento e o pedido de desculpas, para nós, é muito importante. A reparação deriva disso. Mas primeiro você resgata a história e a memória.”

O relatório é divido em quatro partes: violações de direitos humanos, atividades de sindicatos e instâncias da CUT desde 2012, quando foi formada a comissão nacional, recomendações feitas à CNV e artigos de especialistas sobre as consequências da ditadura. O documento será entregue à Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça.

Com informações da CUT

Fonte: Rede Brasil Atual

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