O “sim” pela reforma política brasileira é a vontade da maioria das pessoas que participaram da campanha do Plebiscito Popular pela Constituinte, realizada em setembro deste ano por organizações e entidades da sociedade civil. O resultado da mobilização popular foi debatido, nesta segunda-feira, 13 de outubro, com presidenta Dilma Rousseff, em reunião em Brasília. Foram contabilizados 7,7 milhões de votos, destes, 97,5 % foram a favor de uma Constituinte Sobernana para elaborar reforma do sistema político brasileiro.
Para os organizadores da campanha, o Plebiscito pela Constituinte representa a vitória do povo e o resultado da votação popular é importante para trilhar um novo caminho rumo à democracia. As propostas sobre a reforma política exigem que uma Constituinte Exclusiva e Soberana seja convocada para garantir o direito do povo e, em especial, pôr fim ao financiamento de empresas a campanhas políticas, a garantia da igualdade de gênero nas candidaturas, o fim da sub-representação da juventude, do negro e do indígena na política, entre outras reivindicações.
O encontro com Dilma teve a presença de 19 entidades das 480 que realizaram o Plebiscito Popular. A presidenta reforçou a importância da reforma do sistema político para assegurar a democracia no país e destacou que o engajamento popular é o melhor caminho para a mudança e transformação política. “Nenhuma instituição se autorreforma sem a participação popular”, declarou a presidenta.
Para a representante da organização SOS Corpo (Estado de Pernambuco), Silvia Camurça, em entrevista à Adital, a fala da presidenta foi acolhedora e veio de encontro às propostas apresentadas pela comitiva. De acordo com Silvia, a militância está satisfeita com a posição e os compromissos assumidos por Dilmaem relação às propostas de fim do financiamento das empresas às campanhas políticas, com a paridade de gênero nas candidaturas e o fim das coligações proporcionais.
A militante do SOS Corpo aponta que o diálogo com a presidenta é um avanço para a luta contra o sistema engessado da política atual. Ela critica a postura dos demais candidatos à Presidência, afirma que a fala de Aécio Neves e de Marina Silva pouco dialogam com os interesses populares. Reforça que as propostas de mudanças apoiadas pelo candidato Aécio Neves são conservadoras e pouco altera o sistema político nacional.
A primeira etapa da campanha por uma Constituinte que promova a reforma política foi o recolhimento das assinaturas. A segunda etapa é marcar presença nas três esferas do Poder Público: Executivo, Legislativo e Judiciário. Até o próximo dia 15 deste mês, haverá uma plenária em Brasília para debates, análise da conjuntura política atual e a entrega do resultado da votação aos Poderes legislativo e Judiciário no intuito de pressioná-los a convocarem um plebiscito oficial. É necessário conseguir chancelar um Plebiscito Oficial para que o processo de mudança política ocorra.
A reunião com os membros do Legislativo ocorrerá ainda nesta terça-feira, 14, à tarde, no Congresso Nacional, e estima-se que ainda esta semana haja uma reunião com representantes do Poder Judiciário.
As militâncias presentes em Brasília estão reunidas no Acampamento Nacional do Plebiscito Constituinte, que conta com cerca de 2 mil pessoas.
Para saber mais sobre a campanha do Plebiscito Popular pela Reforma Política acesse:
http://www.abong.org.br/final/download/CartilhaPlebiscitoReformaPol%C3%ADtica.pdf
Fonte: Adital